Boletim Focus: Hoje, o BC publicou os relatórios atrasados e, na próxima segunda-feira, 11, o Focus volta a sair normalmente no horário padrão, de 8h30 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de julho de 2022 às 09h52.
Última atualização em 8 de julho de 2022 às 09h56.
Com o efeito das desonerações tributárias realizadas para conter os preços de combustíveis, a mediana para a alta do IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 perdeu fôlego na última semana, enquanto as estimativas para 2023, foco atual da política monetária, seguiram avançando e já estão acima do teto também para o próximo ano. Conforme o Relatório de Mercado Focus a projeção para o IPCA de 2022 passou de 8,27% para 7,96%, já o de 2023 subiu de 4,91% para 5,01%. Há um mês, as estimativas eram de 8,89% e 4,39%, respectivamente.
O Banco Central voltou a publicar o Boletim Focus nesta sexta-feira, 8, após nove semanas sem divulgação devido à greve dos servidores do órgão, que terminou nesta terça-feira (5). Hoje, o BC publicou os relatórios atrasados e, na próxima segunda-feira, 11, o Focus volta a sair normalmente no horário padrão, de 8h30.
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Na última vez que o Focus havia sido divulgado, no dia 2 de maio as medianas para 2022 e 2023 eram de 7,89% e 4,10%, nessa ordem.
Mesmo com a redução nas projeções para este ano, a estimativa continua muito acima do teto da meta (5,0%), configurando o segundo ano consecutivo de rompimento do mandato principal do BC. Para o IPCA de 2023, que está subindo a 13 semanas, a expectativa atual da Focus também está acima tanto do centro da meta, de 3,25%, quanto do teto de 4,75%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira em algo mais próximo do centro da meta do que sua projeção atual para 2023 (4,0%).
O Boletim Focus mostra estabilidade na mediana de 2024, que permaneceu em 3,25%, mesmo patamar de um mês antes. No relatório divulgado em 2 de maio estava em 3,20%. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, o mesmo da última Focus divulgada.
A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, a meta também é de 3,00%, conforme definição do Conselho Monetário Nacional (CMN) no mês passado.
No Copom do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
Com a implementação da redução do ICMS sobre combustíveis por mais Estados, os economistas do mercado financeiro derrubaram a previsão para o IPCA de julho de alta 0,21% para 0,06%. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,65%.
Para agosto, a projeção no Focus também desacelerou de alta de 0 26% para 0,18%, ante alta de 0,40% há quatro semanas. Para o índice de junho, que será publicado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa variou de 0,66% para 0,69%.
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 5,67% para 5,45% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,02%.
A projeção para a Selic - a taxa básica de juros - no fim deste ano ficou estável em 13,75% ao ano no Relatório de Mercado Focus da última semana, ante 13,25% há um mês. Considerando apenas as 38 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano também se manteve em 13,75%.
Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de junho, a Selic subiu de 12,75% para 13,25% e o colegiado indicou novo aumento de igual ou menor magnitude que em junho (0,50pp) para a reunião de agosto. Além disso, na ata, sinalizou que a Selic deve ficar em patamar "significativamente" contracionista por mais tempo, com o objetivo de que a inflação de 2023 convirja para o "redor da meta".
No Boletim Focus, os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a Selic no fim de 2023 de 10,25% para 10,50%, de 9,75% há quatro semanas. A previsão para o fim de 2024 continuou em 7,75%, ante 7,50% de um mês atrás. Já a previsão para o fim de 2025 foi mantida em 7,50%, repetindo a taxa de quatro semanas antes. Da última vez que o Focus foi divulgado, em 2 de maio, os porcentuais eram de 9,25%, 7,50% e 7,00%, nessa ordem.
A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 5,10 para R$ 5,09 na última semana, ante R$ 5,05 um mês antes. Para 2023, se manteve em R$ 5,10, ante R$ 5,05 há quatro semanas.
Na última divulgação da Focus, em 2 de maio, a estimativa para o câmbio no fim deste ano era de R$ 5,00 e, no término do próximo, de R$ 5,04. Considerando apenas as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o câmbio ficou em R$ 5 20 para este ano e R$ 5,19 para 2023.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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