Banco do Brasil: intervalo de projeção aponta para alta de 1% a 4% para a carteira de crédito ampliada orgânica interna da instituição (Pilar Olivares/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2018 às 16h10.
São Paulo - O ano atípico de eleições presidenciais no Brasil não deve fazer com que o Banco do Brasil fique fora das suas projeções de desempenho para crédito.
De acordo com o presidente da instituição, Paulo Caffarelli, o BB trabalha com um cenário de "bom resultado" na oferta de recursos, ficando dentro do intervalo de projeção já divulgado, que aponta para alta de 1% a 4% para a carteira de crédito ampliada orgânica interna da instituição.
"Estamos mais preocupados com rentabilidade do que com market share. Nossa safra (de crédito) tem se mostrado a melhor com relação a adimplemento. O BB vai continuar perseguindo oferta de crédito com qualidade, responsável e com adimplemento", afirmou ele, em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta-feira, 10.
O crescimento do crédito, conforme o executivo, depende, contudo, da velocidade da retomada da economia brasileira, passada a "pior crise" que o País teve e diante de uma "ressaca do consumo".
"Acreditamos que o crédito vai aumentar dentro da velocidade de retomada do crescimento econômico", acrescentou Caffarelli, ressaltando que os números do banco indicam aumento da oferta de recursos.
Ele disse ainda que o próximo presidente da República terá como lição de casa as reformas fiscal e da previdência.
Sobre o crédito corporativo, o presidente do BB disse que a queda é natural, uma vez que essa carteira foi ajustada. Lembrou ainda que há uma "migração significativa" do segmento corporate para mercados de capitais, que tem taxas "mais atrativas".
Caffarelli mencionou ainda a aprovação do texto-base do projeto do novo cadastro positivo. De acordo com ele, o País necessitava há tempos dessa medida, que vai contribuir para o barateamento do custo do crédito e também para o crescimento dos spreads.
Em relação ao ataque dos bancos privados no setor do agronegócio, do qual o BB é líder em crédito, com 59% de participação, o executivo disse que o banco nunca foi atuante no segmento e que não considera perder market share neste setor.
"Não estamos parados. Pelo contrário", afirmou ele, acrescentando que a concorrência de mais players em agronegócios é bem-vinda.
O vice-presidente de Relações com Investidores do Banco do Brasil, Bernardo Rothe, afirmou que a instituição financeira segue acompanhando o mercado para eventuais recompras de bônus no exterior. Segundo ele, o banco pode recomprar papéis já emitidos com cumpom entre 9,00% e 9,5%, ou seja, mais caros.
"Não há nenhuma decisão tomada se vamos fazer novas recompras. Estamos acompanhando o mercado para eventuais janelas de oportunidade", disse Rothe, a jornalistas, após coletiva de imprensa sobre resultados trimestrais do BB.
No mês passado, o banco realizou operação de recompra de US$ 600 milhões de bônus perpétuos, remunerados à taxa de 8,5% ao ano, e de US$ 100 milhões, remunerados à taxa de 9,25% ao ano.