Magda Chambriard, é ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 15 de maio de 2024 às 00h19.
Última atualização em 15 de maio de 2024 às 15h26.
A demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras foi sacramentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março, quando o então comandante da estatal se absteve de votar na polêmica reunião do conselho de administração da estatal que decidiu não distribuir os dividendos da estatal. A informação foi confirmada à EXAME por três técnicos do governo.
A principal dúvida de Lula, entretanto, era quem substituiria Prates, alçado ao posto com apoio do PT. Em março, a EXAME apontou com exclusividade que Magda Chambriard era uma das cotadas para a função.
Lula cogitou para o posto o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmaram à EXAME técnicos do governo. O político baiano caiu nas graças do presidente ao adotar um estilo de trabalho alinhado aos interesses governistas. O ministro, além de coordenar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ganhou espaço na articulação política e tem um estilo de trabalho de executar, sem questionamentos, as ordens do chefe do Executivo.
Com a crise no Rio Grande do Sul, Costa passou a ter ainda mais demandas e Lula entendeu que não podia abrir mão no ministro da Casa Civil neste momento.
Outro nome cotado para presidir a Petrobras foi o do presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. Pesou contra ele a rejeição do mercado ao seu nome quando os rumores de que presidiaria a Petrobras circularam entre março e abril.
Além disso, a gestão de Mercadante no BNDES tem sido bem avaliada dentro do governo, com aumento da oferta de crédito e desenvolvimento de projetos de interesse público.
Por outro lado, o nome de Magda Chambriard não recebeu as mesmas resistências de Mercadante, disseram à EXAME auxiliares de Lula. Com perfil técnico, ela integrou a transição do governo Lula, mas não assumiu nenhum cargo na terceira gestão do petista.
Ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 2012 e 2016. Antes de ingressar na ANP, foi funcionária de carreira da Petrobras, onde trabalhou por 22 anos. Engenheira, atua como consultora na área de energia e petróleo. Magda começou a carreira na Petrobras, em 1980, na área de produção. Ela também é mestre em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ.
Sem outros nomes da própria confiança, Lula optou por uma técnica, que passou pelo seu governo quando foi diretora da ANP e que ganhou mais espaço durante a gestão Dilma. Agora ficam as dúvidas de quais serão as prioridades de Magda e se ela terá alinhamento com as alas política e econômica do governo.