Economia

Basileia III subirá custo de capital de bancos, diz JPMorgan

A nova regulamentação, segundo o presidente do banco, vai exigir mais capital e diferentes características para operações de crédito realizadas pelos bancos


	JPMorgan: "um banco quebra por liquidez e não por falta de capital e é isso que Basileia III tenta endereçar", afirmou José Berenguer
 (Carl Court/AFP)

JPMorgan: "um banco quebra por liquidez e não por falta de capital e é isso que Basileia III tenta endereçar", afirmou José Berenguer (Carl Court/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 11h38.

São Paulo - O custo de capital dos bancos deve crescer com a implementação das novas regras de capital batizadas de Basileia III, de acordo com José Berenguer, presidente do JPMorgan.

"Várias instituições buscarão capital no mesmo momento. Haverá uma seleção maior e uma reprecificação das operações, com encarecimento do crédito longo", avaliou ele, durante palestra no 3º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Na visão do executivo, as regras de Basileia III, estabelecidas como uma resposta à crise financeira e bancária iniciada em 2008, resumem-se em maior exigência de capital e restrição na gestão de liquidez.

A nova regulamentação, segundo ele, vai exigir mais capital e com diferentes características para as operações de crédito realizadas pelos bancos. "Um banco quebra por liquidez e não por falta de capital e é isso que Basileia III tenta endereçar", afirmou Berenguer.

Com Basileia III, de acordo com o executivo, a participação do governo no salvamento de instituições bancárias será menor ao passo que será exigida maior presença dos depositantes dos bancos. Neste contexto, ele citou a importância do conceito de "bail-in", que significa a conversão de alguns tipos de depósitos em capital.

"É uma inovação importante que está sendo trazida nos últimos meses em função da crise de 2008 e exigirá que, em caso de problemas com instituições, os depositantes sejam responsabilizados e contribuam com seus depósitos em capital, além dos fundos garantidores, como o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no Brasil", avaliou o presidente do JP.

Ele ressaltou ainda a necessidade de os bancos adequarem seus ativos e passarem a captar a prazos mais longos. No entanto, disse que os instrumentos já existentes, como as letras financeiras, são suficientes, não sendo necessários novos mecanismos.

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoEmpresasEmpresas americanasFinançasJPMorgan

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo