Economia

Barreira argentina eleva perda de setor calçadista no CE

De janeiro até o dia 14 deste mes, o Ceará lidera o índice de queda do volume embarcado e reduziu em 38% a quantidade de pares exportados

Os produtos brasileiros esperam há mais de 200 dias pela liberação de licenças (Robyn Beck/AFP)

Os produtos brasileiros esperam há mais de 200 dias pela liberação de licenças (Robyn Beck/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 16h21.

Fortaleza - Por causa da barreira Argentina, as indústrias de calçados cearenses perderam este ano US$ 23,1 milhões. De acordo com estatística feita pela Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados), de janeiro até o dia 14 deste mes, o Ceará lidera o índice de queda do volume embarcado e reduziu em 38% a quantidade de pares exportados, com retração de 15% no faturamento. Os dados apontam que foram embarcados pelos cearenses 31,2 milhões de pares e divisas na ordem de US$ 254,1 milhões.

Devido à demora na liberação das licenças não-automáticas da Argentina, segundo a Abicalçados, cerca de quatro milhões de pares aguardam a documentação. Desses, 80% (2,7 milhões de pares) foram fabricados no Ceará. O prejuizo foi maior porque, em decorrência da barreira, a produção não chegou a tempo na Argentina no dia 15, quando é comemorado o Dia das Mães naquele país. A preocupação das indústrias é que também não cheguem a tempo para as festividades de final de ano, quando as vendas estão aquecidas.

Os produtos brasileiros esperam há mais de 200 dias pela liberação de licenças. Os resultados das exportações seguem nada animadores para a indústria calçadista. De janeiro a setembro de 2011, o setor acumulou perda de 25% no volume embarcado e de 13,9% no faturamento, na comparação com o mesmo período de 2010. Segundo o levantamento da Abicalçados, com base em números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os fabricantes nacionais embarcaram 82,2 milhões de pares ante os 109,2 milhões enviados ao exterior em igual período do ano passado. A receita nos primeiros nove meses deste ano chegou a US$ 975,7 milhões contra US$ 1,1 bilhão comercializado de janeiro a setembro de 2010. O preço médio, entretanto, registrou alta de 14,5%, passando de US$ 10,38 no ano passado para US$ 11,87 este ano.

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