Economia

Barbosa explica proposta de mudanças na desoneração da folha

O ministro do Planejamento explicou a lógica da proposta do governo de mudança na desoneração da folha de pagamentos a empresários do setor varejista


	Nelson Barbosa: segundo o ministro, ele procurou deixar claro que a desoneração é apenas uma das várias medidas de ajuste adotadas pelo governo
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Nelson Barbosa: segundo o ministro, ele procurou deixar claro que a desoneração é apenas uma das várias medidas de ajuste adotadas pelo governo (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 17h12.

São Paulo - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, explicou a lógica da proposta do governo de mudança na desoneração da folha de pagamentos a empresários do setor varejista filiados ao Instituto de Desenvolvimento para o Varejo (IDV) em encontro nesta sexta-feira, 6.

Foi o que disse o ministro a jornalistas ao sair de reunião-almoço organizado pela entidade em São Paulo.

Segundo o ministro, ele procurou deixar claro para o setor que a desoneração é apenas uma das várias medidas de ajuste econômico adotadas pelo governo.

Disse também que é "uma ação bem distribuída que atua mais pelo corte da despesa do que da receita".

Barbosa disse ter ouvido reclamações do empresariado em relação à tributação, mas, como se trata de matéria pertinente à Fazenda, ele levará as demandas ao ministro Joaquim Levy.

"Mas é o momento de todos contribuírem. São ajustes pontuais, mas que vão gerar impactos em outras áreas", disse o ministro, prevendo já algum crescimento da economia a partir do segundo semestre.

O ministro disse que é importante a participação do setor privado no esforço para elevar o investimento, mas assegurou que o setor público não deixará de fazer a sua parte.

"Mesmo com esforço fiscal, estamos mantendo os investimentos. Só nos dois primeiros meses deste ano, no âmbito do PAC, pagamos R$ 10 bilhões", afirmou Barbosa, acrescentando que o governo está saldando suas dívidas e estudando novos investimentos.

Reuniões com a S&P

Barbosa afirmou que "foram positivas" as reuniões de representantes do primeiro escalão do governo com a equipe de especialistas da Standard & Poor's (S&P) que esteve nesta semana em Brasília, para realizar uma de suas visitas periódicas ao País que vão ajudar na avaliação do rating soberano.

Os executivos da S&P foram recebidos por Barbosa e também pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

"O governo conseguiu transmitir a consistência da estratégia de política econômica, num momento adverso da economia", comentou Barbosa.

Congresso

Barbosa manifestou-se confiante que o Congresso vai atuar ao lado do governo para viabilizar as mudanças necessárias à recuperação da economia.

"A classe política tem capacidade de administrar conflitos e produzir consenso", disse. "Esperamos que no segundo semestre a economia estará crescendo mais rapidamente", apontou. "E para esse crescimento é a hora da política. O desafio é mais político de construir a sustentação para superar dificuldades. É hora de fazer um novo consenso nacional", destacou, sem entrar em detalhes.

O ministro destacou que é importante também o governo ouvir a opinião de trabalhadores e empresários, o que já ocorre. Barbosa também ponderou que a sociedade está elevando o debate sobre a gestão do Orçamento, com foco para saber como o governo arrecada e gasta, o que para ele é um fator bastante positivo.

Para o ministro, um dos objetivos do ajuste fiscal é ampliar a transparência do manejo de gastos e aplicação de recursos pelo Poder Executivo.

"Houve uma atuação sobre impostos que tiveram desoneração no passado e não foram criados novos", disse.

"É um conjunto de medidas cujo impacto é perfeitamente previsível para a economia", afirmou. E esse processo já gera sinais positivos, segundo ele. "Com o realismo tarifário maior, vários investimentos em energia estão voltando. Haverá mais oferta de energia nos próximos anos."

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalComércioEconomistasNelson BarbosaVarejo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto