Economia

Barbosa defende ajuste para abono e seguro-desemprego

De acordo com Barbosa, o abono salarial tem crescido bastante e algumas regras podem ser ajustadas até para ter espaço para aumentar o salário mínimo


	Nelson Barbosa: ele disse que boa parte do crescimento do seguro-desemprego tem a ver com maior grau de formalização do trabalho e aumento do salário mínimo
 (José Cruz/ABr)

Nelson Barbosa: ele disse que boa parte do crescimento do seguro-desemprego tem a ver com maior grau de formalização do trabalho e aumento do salário mínimo (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 15h49.

São Paulo - O ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa disse nesta quarta-feira, 9, em evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, que há programas do governo federal que precisam de ajustes, como o abono salarial e o seguro-desemprego.

De acordo com Barbosa, o abono salarial tem crescido bastante e algumas regras podem ser ajustadas até para ter espaço para aumentar o salário mínimo.

"Hoje, o abono é pago, integralmente, independente se a pessoa trabalhou um mês ou 12 meses. Se torná-lo proporcional, já vai gerar uma economia substancial", disse, sem falar em números.

Outra questão a ser resolvida, de acordo com Barbosa, é se o abono deve ser pago a quem ganha dois mínimos, como é hoje, ou para um salário e meio.

"Esse programa foi criado pela Constituição de 1988, quando não tínhamos Bolsa Família nem todos os programas de transferência de renda que temos hoje", afirmou.

Quanto ao seguro-desemprego, Barbosa disse que boa parte do crescimento tem a ver com o maior grau de formalização do trabalho e aumento do salário mínimo.

"Um indexa as despesas e outro, o público-alvo", disse. Porém, disse, antes de reformar, é preciso entender melhor o processo. É preciso, de acordo com ele, fazer um levantamento para ver o tamanho do desembolso por região, idade e tipo de trabalhador.

"O Ministério do Trabalho está trabalhando para fazer isso e aí teremos uma ideia se há alguma distorção e onde" afirmou. Ele disse não ter informações para dizer se a questão do seguro-desemprego hoje é de desvio ou maior formalização.


Investimento

Os investimentos devem crescer neste ano em linha com o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), entre 2% e 2,5%, previu Barbosa.

De acordo com ele, o crescimento em 2014 será menor que no ano passado por uma questão estatística. "No ano passado teve um impulso grande no investimento por caminhões e ônibus, que cresceram 40%. Então, dos 6% de crescimento do investimento, de 3,5 a 4 pontos porcentuais foram de caminhões e ônibus", disse Barbosa, retirando que essa será a razão de o PIB e dos investimentos crescerem menos.

"Mas ainda assim o investimento e o crescimento continuarão a crescer", disse. Ainda de acordo com o ex-secretário, o setor externo vai contribuir positivamente para o PIB de 2014. Com a Europa melhorando e os EUA crescendo, previu Barbosa, as exportações deverão superar o vazamento gerado pelas importações.

"Outro ponto favorável será o câmbio", afirmou Barbosa. De acordo com ele, grande parte do ajuste cambial já foi feito. "Pode até ter algo de depreciação adicional nesse ano, mas nada que comprometa a solvência e a estabilidade financeira do Brasil", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:BenefíciosGovernoSalário mínimoSaláriosSeguro-desemprego

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto