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Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 20h11.
Rio de Janeiro - Diante do agravamento da crise mundial e da retração da economia no terceiro trimestre, o governo admite reduzir para baixo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desse ano para abaixo de 3,8 por cento, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
"Estamos aguardando a divulgação do PIB oficial do terceiro trimestre do IBGE (marcada para o dia 6 de dezembro). O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já fez uma revisão das contas de 2009 que com certeza terá implicação para as contas de 2010 e 2011. Aí a gente revisa. Podemos revisar, mas não está certo ainda", disse Barbosa a jornalistas.
Em meados de outubro, o secretário havia dito que o Ministério da Fazenda iria reduzir a projeção de crescimento do PIB deste ano para algo entre 3,5 e 4 por cento, ante os 4,5 por cento calculados antes.
O IBGE também atualizará a série do PIB de 2010 e 2011 com base na revisão feita na semana passada para o resultado final de 2009. Em vez de uma queda de 0,6 por cento, a economia nacional no ano da crise do internacional, encolheu apenas 0,3 por cento.
Barbosa disse ainda que essas revisões devem elevar a taxa de investimento de 16,9 para 18,1 por cento do PIB. Ele estima que os dados atualizados podem elevar a taxa de investimento para 19,7 em 2010 e para 20,1 por cento em 2011.
"Havia um paradoxo que era que o Brasil crescia, mas a taxa de investimento nem tanto... podemos estar nos aproximando do número desejável de 22 por cento para se ter um PIB potencial de 5 por cento (ao ano)", frisou ele O indicador antecedente do Banco Central (BC), o IBC- BR, já apontou para uma retração do PIB no terceiro trimestre desse ano e a crise fiscal européia dá sinais de agravamento e, até agora, não há uma solução definitiva, apavorando os mercados de todo o mundo.
Contrariando boa parte das previsões de mercado, Barbosa se mostrou bem otimista com relação ao crescimento da economia brasileira em 2012. Enquanto que as projeções apontam para uma expansão do PIB na casa dos 3 por cento, o secretário afirmou que o Governo espera uma expansão de no mínimo 4 por cento podendo chegar a 5 por cento, estimativa oficial do governo até agora.
"Acho que com as medidas já contratas como aumento do mínimo, aumento do investimento público e privado, flexibilização das medidas macroprudenciais teremos no mínimo 4 por cento", disse ele.
Ele explicou que esse cenário leva em conta o cenário base de crescimento dos Estados Unidos de 1,5 por cento em 2012 e uma recessão na zona do euro de 0,5 por cento.
"Não acreditamos que a crise fiscal na Europa se transforme numa crise bancária. Toda vez que houve essa ameaça, o BC entrou dando sustentação", finalizou.