Dinheiro: Selic está em 2% ao ano (Priscila Zambotto/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 13h04.
Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 13h04.
O Bank of America revisou para baixo sua expectativa para a Selic ao fim deste ano, depois de considerar que a ata do Copom veio mais "dovish" (inclinada a queda dos juros) do que o comunicado da semana passada.
O BofA espera agora que o juro básico termine o ano em 1,75%, ante previsão anterior de 2,00%, patamar no qual a Selic está agora.
Mas o banco norte-americano projeta nova redução da taxa apenas na reunião dos dias 27 e 28 de outubro, com estabilidade no encontro do Copom previsto para 15 e 16 de setembro.
"O BC esclareceu que, se houver mais cortes, eles podem ser espaçados", avaliaram David Beker e Ana Madeira em relatório.
"O Banco Central está preocupado com a inflação bem abaixo das metas e também com os riscos de uma recuperação da atividade mais lenta do que o esperado. Sobre a assimetria de riscos, o banco também esclareceu que (ela) vem do fiscal. Apesar desse risco, ainda se espera inflação abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária", acrescentaram.
No entendimento dos profissionais, o BC quer mais tempo para monitorar os riscos fiscais, por isso sinalizou cortes espaçados. "Uma maior flexibilização além desse nível (de 1,75%) vai depender do debate sobre o teto de gastos, que já está esquentando", finalizaram.
O BC divulgou a ata do Copom mais cedo e, no documento, afirmou que a Selic está próxima de um limite a partir do qual poderia provocar instabilidade nos preços de ativos. Na semana passada, o colegiado cortou a Selic em 0,25 ponto, a nova mínima histórica de 2,00% ao ano.