Economia

Bank of America coloca Brasil entre os ‘três frágeis’

O Brasil deve ficar ainda com o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 56 emergentes acompanhados pelo banco


	O Brasil deve ficar ainda com o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 56 emergentes acompanhados pelo banco
 (Tim Chong/Reuters)

O Brasil deve ficar ainda com o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 56 emergentes acompanhados pelo banco (Tim Chong/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2016 às 08h16.

Nova York - Brasil, Turquia e África do Sul são os países emergentes mais vulneráveis para 2016, de acordo com o Bank of America Merrill Lynch, que classificou estes mercados como os "três frágeis", de acordo com um relatório de perspectivas econômicas para este ano divulgado ontem.

O Brasil deve ficar ainda com o pior desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) entre os 56 emergentes acompanhados pelo banco norte-americano, com queda prevista de 3,5%.

O Brasil está mal em todos os indicadores no ranking elaborado pelo BoFA, com exceção das reservas internacionais, destacam os estrategistas do banco que assinam o relatório, David Hauner e Vadim Khramov.

A Turquia permanece como o país de maior vulnerabilidade externa, enquanto o crescimento econômico e as contas fiscais estão um pouco mais favoráveis. Na África do Sul, os indicadores macroeconômicos também são fracos, mas o setor financeiro tem mostrado força, segundo o banco norte-americano.

Entre os 56 emergentes acompanhados pela equipe do BoFA, o Brasil ocupa o último lugar no crescimento do PIB em 2016; na relação dívida/PIB, está em 46.º; na inflação, em 44.º, e no déficit nominal/PIB, em 48.º. Um dos indicadores em que o país tem a melhor classificação é nas reservas internacionais, em 21.º. Além do Brasil, a Grécia deve ser o único mercado, entre os 56, a ter queda do PIB em 2016, de 1,3%.

A Rússia, que teve forte recessão no ano passado, assim como o Brasil, deve ter um 2016 com a situação um pouco melhor, enquanto o BoFA projeta a economia brasileira pode piorar ainda mais. A projeção do banco é de retração de 3,5% para o Brasil e de expansão zero para a Rússia. Entre os "três frágeis", a Turquia deve crescer 3,5% este ano e a África do Sul, 0,4%.

Ainda sobre o Brasil, o BoFA projeta que a relação dívida bruta/PIB deve chegar a 72,5% este ano, um dos níveis mais altos entre os maiores emergentes. O mesmo indicador da Rússia deve ficar em 13,9%, da Turquia, em 35,9%, e da África do Sul, em 49,8%.

A Índia deve ser o emergente que mais vai crescer em 2016, com expansão prevista de 7,4%. Já o PIB da China deve ter avanço de 6,6%. No relatório, os economistas do BoFA ressaltam que, além da discussão da desaceleração do crescimento do país asiático, o setor privado também é fonte de preocupação, na medida em que as empresas chinesas se endividaram muito nos últimos anos.

Brasil, Turquia e África do Sul são os países que sobraram do grupo chamado de "cinco frágeis", expressão que começou a ser usada pelo mercado financeiro internacional em meados de 2013, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizou pela primeira vez que iria normalizar a política monetária dos Estados Unidos, causando grande estresse no mercado financeiro mundial. Na época, a lista incluía ainda Rússia e Indonésia e apontava os países mais vulneráveis às mudanças do cenário. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulAmérica LatinaÁsiaCrises em empresasDados de BrasilEuropaIndicadores econômicosPIBTurquia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto