Economia

Bandeira tarifária de energia não deve mudar no verão, diz ONS

"Acho improbabilíssimo que a gente mude a bandeira durante o período úmido (de novembro a abril)", afirmou o diretor-geral do ONS

Energia: o consumo neste ano se manteve estável em relação a 2015, em 64,6 mil MW médios (foto/Divulgação)

Energia: o consumo neste ano se manteve estável em relação a 2015, em 64,6 mil MW médios (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 16h11.

Rio - A bandeira tarifária da energia elétrica deve continuar verde durante o verão, ainda que a expectativa seja, como acontece todo ano, de aumento do consumo, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

"Acho improbabilíssimo que a gente mude a bandeira durante o período úmido (de novembro a abril)", afirmou o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, que recebeu a imprensa para fazer um balanço da operação do sistema elétrico neste ano.

Com a economia fraca, o consumo está caindo e o sistema elétrico, em 2016, por outro lado, contou com o reforço de 9.130 megawatts (MW) de novas usinas, a maioria delas hidrelétricas.

Como resultado, o consumo se manteve estável em relação a 2015, em 64,6 mil MW médios. No ano que vem, no entanto, o cenário muda, e a carga deve começar a crescer, acompanhando um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5%, estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A previsão é de alta do consumo de 2,2% em 2017, o início de um processo de retomada. Em 2018, a carga deve crescer 3%; em 2019, 3,2%; em 2020, 3,6%; e em 2021, 4,4%.

"Não vislumbro risco de déficit num universo de cinco anos. E, até mais para frente, não acredito que haja risco", afirmou Barata.

Enquanto a economia se mantém em marcha lenta, os reservatórios de hidrelétricas se recuperam e o governo aproveita para avançar nos estudos de retomada de projetos de construção de hidrelétricas, sobretudo, na região Norte do País, segundo o diretor-geral do ONS.

Esses projetos, como o do complexo do Tapajós, estavam suspensos por conta das implicações socioambientais.

De acordo com o ONS, as térmicas, que produzem energia mais cara, só devem ser uma opção em situações pontuais, provavelmente, na região do Nordeste, onde o cenário é mais crítico do que no restante do País.

Mas, mesmo para as usinas da Bacia do São Francisco, cujos reservatórios atingiram os mais baixos níveis já registrados, as perspectiva é de recuperação gradativa, diante de uma projeção de efeitos mais brandos do fenômeno climático La Niña.

O nível de ocupação dos reservatórios no Nordeste chegou a 5%, em 2015, mas subiu para 17% em 2016. No Sudeste/Centro-Oeste, está em 36%; no Sul, em 69%; e no Norte, em 13%.

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