Rodovia BR-116: bancos deverão financiar concessões de infraestrutura como no leilões de rodovias (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 13h08.
São Paulo - Grandes bancos privados e públicos chegaram a um acordo com o governo brasileiro nesta quinta-feira para financiar o programa de concessões de infraestrutura de quase 500 bilhões de dólares, principal aposta da presidente Dilma Rousseff para acelerar o crescimento do país.
No caso das rodovias a serem leiloadas, os bancos se comprometeram a financiar até 70 por cento dos investimentos, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O prazo total dos empréstimos será de 30 anos, com cinco anos de carência e pagamento em 25 anos, com taxa de juro "bastante baixa".
"É fundamental, para viabilizar essas concessões, primeiro que elas sejam bastantes rentáveis para atrair investidores. Em segundo lugar, que haja um modelo de financiamento para viabilizar todos os investimentos que serão feitos, que não são poucos", disse Mantega a jornalistas.
O ministro não detalhou as condições de captação oferecidas aos bancos privados. Historicamente, as instituições financeiras privadas no Brasil não concedem crédito em prazos muito longos, exceto em áreas cujo "funding" é direcionado, devido ao risco de descompasso entre ativos e passivos.
Entre os bancos envolvidos no financiamento do programa de concessões, Mantega citou Itaú Unibanco, Bradesco, BTG Pactual, JPMorgan, Safra, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os empréstimos sindicalizados, quando um grupo de bancos se reúne para financiar um empreendimento específico, darão diversidade às fontes de recursos de longo prazo no país.
Hoje, a única fonte de empréstimo nessa condição é o BNDES, que também terá papel importante para bancar os investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
No caso do BNDES, os empréstimos para as concessões terão custo de Taxa de Juros de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 5 por cento ao ano para os financiamentos contratados no terceiro trimestre deste ano, acrescida de até 0,5 ponto percentual de spread, segundo Mantega.
Para selar o acordo com os bancos, Mantega se reuniu nesta tarde com os presidentes de instituições como Itaú, Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual, entre outros.
Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a entrada dos bancos privados no financiamento a infraestrutura vai aliviar a pressão por recursos, hoje bastante concentrada no banco de fomento.
"Vejo disposiçao dos bancos privados de participar de consórcios para financiamento... e isso diminui (a pressão sobre o BNDES)", disse a jornalistas.