Banco Central: com a medida, serão liberados R$ 390 milhões, o que corresponde a 0,5% do total recolhido ao BC (Gregg Newton/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 09h03.
Os bancos de menor porte vão recolher menos depósitos compulsórios – dinheiro que são obrigados a deixar no Banco Central (BC).
De acordo com uma resolução da autoridade monetária, o valor dedutível da base de cálculo passou de R$ 44 milhões para R$ 70 milhões, com o objetivo de reduzir o valor depositado.
Segundo o BC, o valor de dedução não era alterado desde 2003 e a medida atende a uma demanda do mercado, principalmente das instituições de menor porte.
Com a medida, serão liberados R$ 390 milhões, o que corresponde a 0,5% do total recolhido ao BC, referente a depósitos à vista.
O Banco Central também estabeleceu para julho de 2019 o prazo limite para dedução do saldo devedor dos financiamentos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Essa dedução no compulsório é válida para empréstimos contratados a partir de hoje (16).
Outra medida foi a destinação de mais recursos – total de R$ 3 bilhões – para projetos de infraestrutura por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em maio, foram remanejados R$ 22,5 bilhões de depósitos compulsórios para evitar a escassez de recursos para o crédito imobiliário.
A retirada de recursos da caderneta provocou problemas no crédito imobiliário porque os depósitos da poupança são usados para financiamento de imóveis.
Desse total remanejado, cerca R$ 12 bilhões já foram usados no crédito imobiliário.
Agora, dos cerca de R$ 10 bilhões restantes, estão sendo liberados R$ 3 bilhões para obras de infraestrutura, como saneamento.
Além dessas medidas, o BC decidiu não cobrar depósito compulsório no caso de empréstimo para suporte de liquidez (dinheiro disponível).
No início deste mês, o Banco BTG Pactual pegou emprestado R$ 6 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Com a medida, o banco não tem mais que recolher parte desse recurso ao BC.
O BTG Pactual enfrenta dificuldades depois da prisão do então presidente do banco, André Esteves, e do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em desdobramentos da Operação Lava Jato.
Eles são acusados de atuar para obstruir a investigação e tentar fazer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró desistir do acordo de delação premiada.