Economia

Bancos europeus criam estratégias para regras nos EUA

Instituições consideram alternativas para amortecer o impacto das novas regras de segurança para o setor financeiro nos EUA

A nova chair do Federal Reserve, Janet Yellen, faz o juramento na sede do Fed em Washington (Jim Bourg/Reuters)

A nova chair do Federal Reserve, Janet Yellen, faz o juramento na sede do Fed em Washington (Jim Bourg/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 21h11.

Londres - Os bancos europeus consideram alternativas para amortecer o impacto das novas regras de segurança para o setor financeiro nos EUA, que devem entrar em vigor no próximo ano.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) exigirá que os bancos internacionais com operações nos EUA sejam melhores capitalizados e se sujeitem a testes de estresse anuais. Durante anos, os bancos europeus operaram com exigências menos rigorosas que os norte-americanos.

Segundo pessoas com conhecimento das estratégias do setor, bancos como o Barclays, Deutsche Bank e UBS avaliam fortalecer suas subsidiárias nos EUA ao comprarem dívidas dessas filiais.

As subsidiárias emitiriam um tipo de bônus conversível em ações se o capital das unidades dos EUA caíssem abaixo de um certo nível. A instituição na Europa financiaria a compra da subsidiária com emissão de bônus para os investidores, disseram as pessoas com conhecimento do assunto. Reguladores europeus permitiram que esse tipo de bônus conversível seja considerado como capital.

A estratégia, que ainda não está finalizada, é atraente, porque permitiria que os bancos recapitalizassem as unidades nos EUA sem emitirem novas ações para os investidores, o que derrubaria o valor das ações existentes, disseram executivos. Os bancos na Europa também se beneficiariam ao coletar um pagamento regular de juros de suas subsidiárias.

Ainda não está claro se os reguladores dos EUA permitirão esse tipo de estratégia. No passado, eles não deram o aval para que bônus conversíveis sejam tratados como capital, disse Marc Saidenberg, da Ernst & Young.

Alguns críticos alertaram que essa medida iria aumentar o nível de endividamento do sistema financeiro, que é algo que reguladores ao redor do mundo estão tentando evitar. "Definitivamente não é algo bom", disse Anat Admati, professor na Stanford Graduate School of Business.

Outra estratégia considerada por bancos com relativa pequena presença nos EUA é a venda de ativos suficientes para caírem abaixo do limite de US$ 50 bilhões. Alguns bancos também consideram mover as estruturas legais para fora do alcance dos reguladores norte-americanos.

Executivos do setor dizem que os passos que estão considerando são modos legítimos para aderir às regulações cada vez mais onerosas, ao mesmo tempo em que reduzem custos para os acionistas. Eles lembram que qualquer passo terá que ter o apoio dos reguladores nos EUA e no país sede do banco. Fonte: Dow Jones Newswires.

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