Os militares decretaram a dissolução de todas as instituições e um recolher obrigatório das 18h às 6h, além de terem fechado as fronteiras do país (Habibou Kouyate/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2012 às 10h23.
Brasília – O Banco Mundial e o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) anunciaram hoje (23) que suspenderão os repasses financeiros para o Mali, depois do golpe de Estado promovido por militares ontem (22). Pelos dados iniciais, pelo menos três pessoas morreram e 40 ficaram feridas em decorrência dos confrontos entre simpatizantes do governo deposto e dos militares. O Brasil e a comunidade internacional demonstraram preocupação com o golpe.
Em comunicado, as duas instituições financeiras informaram sobre a suspensão dos repasses exceto para a ações de assistência emergencial. De acordo com o Banco Mundial, a decisão será mantida até o fim da crise no país.
Com pouco mais de 12 milhões de habitantes, Mali mantinha um regime denominado semipresidencialista. O presidente era Amadou Toumani Touré e o primeiro-ministro Cissé Mariam Kaïdama Sidibé. Mali conseguiu sua independência da França em 1960.
Ontem (22) militares do Mali, que se definem como integrantes da Comissão Nacional para o Estabelecimento da Democracia, tomaram o poder em Bamako, após várias horas de combates com a guarda presidencial de Mamadou Toumani Touré. O presidente, segundo informações não oficiais, está em um local isolado, mas passa bem.
Os militares decretaram a dissolução de todas as instituições e um recolher obrigatório das 18h às 6h, fecharam as fronteiras do país e pediram aos funcionários que regressem ao trabalho na próxima terça-feira (27).
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou ontem que os pouco mais de 30 brasileiros que estão no Mali não correm riscos e são mantidos em segurança. Porém, expressou preocupação com os efeitos do golpe de Estado. “O governo brasileiro acompanha com preocupação os acontecimentos em curso no Mali, que levaram à ruptura da ordem constitucional naquele país”, diz o comunicado. Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.