Banco Mundial: corte nas projeções do PIB global acompanha tendência do FMI (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 07h15.
O Banco Mundial reduziu sua previsão de crescimento global em 2016 para 2,4 por cento, ante 2,9 por cento estimado em janeiro, devido aos baixos preços das commodities, fraca demanda nas economias avançadas, comércio tímido e fluxos de capital decrescentes.
De acordo com a nova previsão, o Brasil e Rússia devem ter contrações mais profundas do que as previstas em janeiro.
Os países emergentes exportadores de commodities estão sofrendo para se adaptar a preços mais baixos do petróleo, metais e outras commodities, sendo responsáveis por metade da revisão para baixo, disse credor multilateral em seu último relatório Global Economic Prospects.
O banco prevê que essas economias cresçam a um ritmo lento de 0,4 por cento neste ano, queda de 1,2 ponto percentual em relação às perspectivas de janeiro.
Países de mercados emergentes importadores de commodities estão se saindo melhor, mas os benefícios demoram a se materializar, disse o Banco Mundial, que aponta agora que o crescimento nesses países atingirá 5,8 por cento, 0,1 ponto percentual abaixo da previsão de janeiro.
Nos Estados Unidos, um declínio acentuado no investimento do setor de energia e exportações mais fracas levaram à redução na previsão de crescimento em 0,8 ponto percentual, para 1,9 por cento, enquanto a zona do euro registrou uma ligeira queda para 1,6 por cento, apesar do apoio da política monetária e preços mais baixos das commodities.
"À medida que as economias avançadas lutam para ganhar força, a maioria das economias do Sul e Leste da Ásia estão crescendo solidamente, assim como as economias emergentes importadoras de commodities ao redor do mundo", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu, em comunicado.
A queda na previsão do Banco Mundial segue um movimento similar feito pelo Fundo Monetário Internacional, que cortou suas previsões de crescimento dois meses atrás.
Entre as principais economias emergentes, o Banco Mundial manteve a previsão de crescimento da China inalterada em 6,7 por cento neste ano, após crescimento de 6,9 por cento em 2015, e aponta que o crescimento chinês desacelere ainda mais, para 6,3 por cento em 2018, com a segunda maior economia do mundo se encaminhando para um modelo de crescimento mais orientado para o consumo interno.
A robusta expansão econômica da Índia também deve se manter estável em 7,6 por cento, segundo o Banco Mundial.