Economia

Banco Mundial oferece ajuda por alta de alimentos

Os preços do trigo subiram mais de 50% e os preços do milho mais de 45% desde meados de junho, com a seca na Rússia, Ucrânia e Cazaquistão

Sede do Banco Mundial: a seca severa no Meio-Oeste dos EUA tem cortado drasticamente a produtividade das lavouras, lembrando o ano de 2008 (foto/Wikimedia Commons)

Sede do Banco Mundial: a seca severa no Meio-Oeste dos EUA tem cortado drasticamente a produtividade das lavouras, lembrando o ano de 2008 (foto/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 11h53.

Washington - O Banco Mundial disse nesta segunda-feira que está pronto para ajudar governos a responder a uma ampla escalada de preços de grãos que novamente coloca as pessoas mais pobres do mundo em risco e que poderia ter impactos negativos prolongados por anos.

"Não podemos permitir que as altas nos preços dos alimentos a curto prazo causem consequências ruins de longo prazo para os mais pobres e vulneráveis do mundo", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, em nota.

"O Banco Mundial e nossos parceiros estão monitorando esta situação de perto para podermos ajudar governo a colocar em prática políticas que ajudem as pessoas a lidar com isso", disse Kim, um especialista em saúde pública que encara seu maior desafio nos dois meses em que está no cardo.

A seca severa no Meio-Oeste dos EUA tem cortado drasticamente a produtividade das lavouras, lembrando o ano de 2008, quando uma grande alta nos preços dos alimentos causou protestos em alguns países e levantou questionamentos sobre o uso de grãos para a produção de biocombustíveis.

Os preços do trigo subiram mais de 50 por cento e os preços do milho mais de 45 por cento desde meados de junho, com a seca na Rússia, Ucrânia e Cazaquistão, o clima excessivamente úmido na Europa e um início das chuvas de monção na Índia abaixo da média somando-se às preocupações com a produção global de grãos.

Os preços da soja, essencial para alimentação e para a ração animal, também subiram quase 30 por cento nos últimos dois meses e quase 60 por cento desde o fim do ano passado.

"Quando os preços dos alimentos sobem, famílias reagem tirando as crianças da escola e comendo comidas mais baratas e menos nutritivas, o que pode ter efeitos catastróficos que duram a vida inteira no bem-estar social, físico e mental de milhões de jovens", disse Kim.

Kim disse que o banco tem uma série de programas para ajudar governos caso a situação se agrave.

Este programas incluem aconselhamento em políticas, investimentos em agricultura e áreas relacionada, financiamentos rápidos, produtos de gerenciamento de risco e trabalho em conjunto com a ONU e grupos voluntários privados para ajudar governos a dar respostas mais bem informadas para as altas global dos preços dos alimentos.


Autoridades do Banco Mundial salientaram que não existem indicações, baseados nas projeções de colheitas, de que haja nenhuma grande escassez de grãos resultantes das safras reduzidas este ano.

Além disso, os preços mais baixos para petróleo, fertilizantes e frete marítimos do que em 2008 vão diminuir o custo de importação de alimentos e do plantio da safra do próximo ano, disse o banco.

No entanto, Marc Sadler, chefe da divisão de gerenciamento de risco agrícola no Banco Mundial, disse que a situação está também "mais complicada" do que em 2008, quando os preços do arroz e do trigo subiram muito e depois caíram drasticamente no ano seguinte quando o plantio aumentou.

"A diferença agora é, se você olha além da fronteira, todos os preços estão em alta", tornando mais difícil para os produtores decidirem como alocar suas áreas disponíveis, disse Sadler.

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