Brics: seu lançamento no ano passado veio após o estabelecimento do Banco de Investimento em Infraestruturua Asiático (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 14h34.
São Petersburgo - O Novo Banco de Desenvolvimento, o banco formado pelos países dos Brics para o financiamento de infraestrutura, planeja emitir títulos nas moedas locais de seus cinco países-membro, disse o presidente da instituição, K.V. Kamath.
Conhecido como banco dos Brics, o banco é visto por seus membros como uma alternativa ao Banco Mundial.
Seu lançamento no ano passado veio após o estabelecimento do Banco de Investimento em Infraestruturua Asiático, liderado pela China.
O banco dos Brics, comandado pelo ex-executivo do maior banco privado da Índia, já tem 1 bilhão de dólares em capital, o que deve dobrar no próximo ano e subir até 50 bilhões de dólares no futuro.
"Nossas primeiras emissões (de título) serão em moedas locais. Claramente, a demanda é por financiamento em rublo (na Rússia) e empresas ou governos não querem assumir riscos cambiais", disse Kamath em uma entrevista à Reuters.
Brasil, Rússia, Índia e China oficialmente se juntaram em 2009, com a África do Sul entrando posteriormente no grupo, para pressionar por mais poder de voz nos assuntos financeiros globais. O banco, baseado em Xangai, começou a operar no ano passado.
Kamath disse que o banco planeja uma emissão equivalente a 3 bilhões de iuanes (455,9 milhões de dólares) "nas próximas quatro semanas", seguida por uma emissão na Índia aproximadamente do mesmo tamanho.
"Discussões na Rússia ao longo dos últimos dois dias claramente indicam que nós podemos fazer uma emissão aqui, há grande interesse... nós conversamos com potenciais bancos, todos os bancos líderes estão ansiosos por participar", disse ele em conversa realizada paralelamente a um fórum econômico em São Petersburgo na semana passada.
Kamath disse que o banco ainda precisa definir o tamanho da oferta de títulos em rublos e que pode acessar o mercado "nos próximos dois trimestre", tendo como alvo fundos de pensão e bancos como investidores cruciais.
O banco também estuda a possibilidade de emitir títulos em moeda local na África do Sul, mas "levemente menos" do que na China. "Isso basicamente nos deixa o único mercado --Brasil. Nós vamos entendê-lo e então olhar para ele e fazer (uma emissão), com certeza".
Kamath disse que o banco planeja emprestar cerca de 1,5 bilhão de dólares ao todo este ano, elevando para entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de dólares em 2017 e para 3,5 bilhões de dólares em 2018.
O banco está voltando as atenções para projetos "verdes" --melhoria da eficiência, infraestrutura, renováveis e outros.