Líderes de Índia, China, África do Sul, Brasil e Rússia posam em foto em encontro dos Brics em Durban: o banco pretende estabelecer uma infraestrutura de empréstimos (Alexander Joe/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 10h01.
Tóquio - O anunciado banco de desenvolvimento impulsionado pelas potências emergentes do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é apenas um complemento, e não competirá com as instituições ocidentais presentes no mundo, indicou nesta segunda-feira o ministro indiano das Finanças, Palaniappan Chidambaram.
A criação deste banco pretende estabelecer uma infraestrutura de empréstimos para projetos de desenvolvimento, em paralelo ao Banco Mundial (BM), principal ator neste campo há sete décadas.
Este é um projeto-chave para o objetivo dos Brics de construir alternativas às instituições dominadas pelas potências ocidentais.
"O banco do Brics não será um competidor do Banco Mundial ou do Banco Asiático de Desenvolvimento. Será um complemento" de ambos, indicou Chidambaram em uma coletiva de imprensa em Tóquio, onde realiza uma visita de dois dias.
O ministro também indicou que a Índia apoia a candidatura impulsionada pelo Japão de um funcionário de alto escalão do ministério das Finanças japonês para a direção do Banco asiático de Desenvolvimento (ADB, em inglês). Tóquio busca conservar um cargo que controlou por ao menos 50 anos.
"Por que precisamos do banco? Porque os fundos disponíveis nas instituições multilaterais existentes são insuficientes. O Banco Mundial, o ADB, fornecem fundos, mas são insuficientes", disse.
As cinco potências emergentes do grupo Brics concluíram na semana passada uma cúpula de dois dias em Durban (África do Sul) sem concretizar o lançamento do anunciado banco de fomento, embora tenham anunciado o início das negociações com este objetivo.
O novo banco pode estar dotado, segundo os estudos, com um capital inicial de 50 bilhões de dólares, ou seja, 10 bilhões por país, em média.