Tóquio, Japão: meta oficial de inflação do BoJ é de 2%, mas os dados mais recentes mostram que a taxa anual de inflação subjacente do país - medida preferida do BC japonês - está em apenas 0,5% (ScottPocockvsTheWorld/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 09h32.
Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 09h33.
São Paulo — O presidente do Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, reiterou nesta quinta-feira o viés do BC japonês de adotar medidas adicionais de relaxamento monetário e afirmou que seu país tem mais espaço para cortar juros de curto prazo do que a Europa.
"Deixamos claro com nossa nova projeção para as taxas de juros de que estamos conduzindo a política monetária com um viés de relaxamento", disse Kuroda em coletiva de imprensa, acrescentando que não hesitará em voltar a agir, se necessário, e que os juros de curto prazo serão mantidos em níveis baixos bem além da primavera do ano fiscal de 2020.
No começo da madrugada, o BoJ decidiu manter sua política monetária inalterada, mas enfatizou que está disposto a aprofundar a acomodação monetária, o que foi repetido por Kuroda durante a coletiva. O BoJ também reduziu suas projeções para o crescimento e inflação do Japão.
A meta oficial de inflação do BoJ é de 2%, mas os dados mais recentes mostram que a taxa anual de inflação subjacente do país - medida preferida do BC japonês - está em apenas 0,5%.
Kuroda também comentou que os riscos externos estão crescendo, mas não afetaram a demanda doméstica no Japão, e afirmou que ainda há incertezas relacionadas à disputa comercial entre Estados Unidos e China, embora as duas maiores potências econômicas globais estejam se movendo no sentido de fechar algum tipo de acordo.
Ainda segundo Kuroda, o Japão está em melhor condições de cortar juros de curto prazo do que a Europa. A taxa de depósito do BoJ é atualmente de -0,10% e a do Banco Central Europeu, de -0,50%.