O BOJ se comprometeu a alcançar uma inflação anualizada de 2% "no menor tempo possível, com uma data-limite aproximada de dois anos" (REUTERS/Yuya Shino)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 06h52.
Tóquio - O Banco do Japão (BOJ) anunciou nesta quinta-feira que abrirá uma nova fase de flexibilização monetária em termos "quantitativos e qualitativos", pelo que duplicará a base monetária e a compra tanto de bônus do Estado como de fundos negociáveis no mercado.
Em comunicado transmitido após sua reunião mensal de dois dias, o emissor japonês anunciou essas aguardadas medidas, que têm como objetivo pôr fim à deflação que há mais de uma década afeta a terceira principal economia do mundo.
Por isso, após a primeira reunião liderada pelo novo governador, Haruhiko Kuroda, o BOJ se comprometeu a alcançar uma inflação anualizada de 2% "no menor tempo possível, com uma data-limite aproximada de dois anos".
Dentro das novas medidas, o banco central japonês produzirá operações no mercado monetário de modo que "a base monetária aumente a um ritmo anual entre 60 e 70 trilhões de ienes (US$ 645,4 bilhões e US$ 753 bilhões)".
Além disso, o BOJ anunciou que elevará a compra de dívida pendente do país a um ritmo de 50 trilhões de ienes (mais de US$ 537,8 bilhões) anuais, sem descartar a aquisição daqueles de comprimento vencimento.
O vencimento médio dos bônus que o Governo adquirirá a partir de agora passará dos três anos atuais para sete anos.
A entidade anunciou também que o atual programa de compra de ativos, até agora sua principal ferramenta para injetar liquidez ao sistema, será substituído pelo novo mecanismo de compra de dívida pública.
Também apostará na compra de ativos financeiros menos seguros, como fundos negociáveis no mercado e fundos de investimento imobiliário.
O organismo detalhou que a economia japonesa deixou de debilitar-se e que espera retomar "o caminho da recuperação moderada" graças à firmeza da demanda interna e à melhora do crescimento econômico no entorno global.
No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a entidade informou que apesar dos recentes dados negativos, "alguns indicadores parecem sugerir" que ocorrerá um aumento dos preços em breve.