Economia

Banco da Inglaterra descarta aumento das taxas de juros

O governador do banco central, o canadense Mark Carney, disse que, ao começar 2016, "ficou claro que não é momento de subir os juros"


	Banco da Inglaterra: Carney indicou que não seguirá o exemplo do Federal Reserve americano, que subiu os juros em dezembro
 (.)

Banco da Inglaterra: Carney indicou que não seguirá o exemplo do Federal Reserve americano, que subiu os juros em dezembro (.)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 13h41.

Londres - O Banco da Inglaterra descartou nesta terça-feira elevar as taxas de juros no curto prazo no Reino Unido, que estão no mínimo histórico do 0,5% desde 2009, por avaliar que ainda existem riscos para a economia britânica e a global.

Em uma conferência na universidade Queen Mary de Londres, o governador do banco central, o canadense Mark Carney, disse que, ao começar 2016, "ficou claro que não é momento de subir os juros".

Carney indicou que o Banco da Inglaterra não seguirá o exemplo do Federal Reserve americano, que subiu os juros em dezembro pela primeira vez desde 2006, e ressaltou que o aumento "depende das perspectivas econômicas, não do calendário".

O governador explicou que, antes de votar a favor de uma alta, o comitê de política monetária da instituição se guiará por três fatores: maior crescimento econômico no Reino Unido, salários mais altos e uma recuperação da inflação.

"Progressos nessas três áreas aumentariam a confiança de que um aumento gradual e limitado dos juros não minará a meta de devolver a inflação até um ponto sustentável", afirmou.

Ao argumentar sua posição contrária a uma elevação agora, ele afirmou que "o mundo é mais frágil e o crescimento do Reino Unido desacelerou, enquanto, devido à queda dos preços do petróleo, a inflação caiu e provavelmente continuará caindo".

"Faremos o correto no momento adequado", afirmou Carney.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou hoje para baixo as previsões de crescimento global, para 3,4% em 2016 e 3,6% em 2017, devido ao crescimento menor do que o esperado nos países avançados e as dúvidas sobre os emergentes, com a China em plena desaceleração e o Brasil em aguda recessão.

Para o Reino Unido, uma das economias desenvolvidas que mais cresceu nos últimos anos, a expansão prevista é de 2,2% em 2016 e 2017, sem mudanças em comparação com os prognósticos de outubro.

Apesar da recuperação, a economia britânica, baseada no setor dose serviços, continua a sofrer com um déficit de produção industrial e de exportações, devido em parte à força da libra esterlina, junto com uma progressão muito lenta dos salários e uma inflação baixa, 0,2% em dezembro após um ano a 0%.

Acompanhe tudo sobre:BancosEuropaFinançasInglaterraJurosPaíses ricosReino Unido

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1