Banco Central: chances baixas de inflação alta (Gil Ferreira/ Agência CNJ/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2019 às 11h50.
Brasília — O Banco Central (BC) indicou nesta quinta-feira, 28, que, em seu cenário de referência (que utiliza câmbio e juros constantes para o horizonte de projeções), a probabilidade de a inflação de 2019 ficar acima do teto da meta, de 5,75%, está em 8%. No documento anterior, divulgado em dezembro, ela era de 10%. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2018, de 2,75%, passou de 18% para 12%.
No caso de 2020, a probabilidade de estouro do teto de 5,50% da meta continuou em 14%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,5% da meta do próximo ano também seguiu em 14%.
No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta se manteve em 21%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta continuou em 9%.
Para 2019, a meta perseguida pelo BC é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%).
Em seu cenário de mercado, que utiliza como parâmetros as previsões dos analistas contidas no Relatório de Mercado Focus para a taxa de câmbio e os juros no horizonte da previsão, o Banco Central indicou que a probabilidade de a inflação de 2019 ficar acima do teto da meta, de 5,75%, está em 5%. No documento anterior, divulgado em dezembro, ela era de 8%. O cálculo tem como base câmbio e Selic variáveis conforme a Pesquisa de Mercado Focus. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2019, de 2,75%, passou de 19% para 15%.
No caso de 2020, a probabilidade de estouro do teto de 5,5% da meta foi de 9% para 11%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,5% da meta do próximo ano foi de 21% para 17%.
No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta foi de 13% para 17%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta foi de 15% para 12%.
Para 2019, a meta perseguida pelo BC é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%)
O Banco Central divulgou no RTI suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de março, abril e maio. A previsão para o IPCA - o índice oficial - março é de elevação de 0,55%. Já a projeção para abril é de alta de 0,48% e, para maio, de 0,41%.
No Focus divulgado na segunda-feira, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de altas de 0,50% em março, de 0,39% em abril e de 0,34% em maio.
O RTI divulgado pelo Banco Central prevê alta de 5,4% para os preços administrados em 2019, considerando o cenário de referência. O porcentual é o mesmo informado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, 26. No RTI de dezembro, a projeção era de 5,1%.
No caso de 2020, a projeção está em 4,8%, como na ata. No RTI de dezembro, estava em 3,9%. Para 2021, a projeção de alta dos preços administrados no cenário de referência está em 4,5%. No RTI de dezembro, estava em 4,1%.
Pelo cenário de mercado, o RTI mostrou que o BC prevê alta de 5,1% para os preços administrados em 2019. O porcentual é o mesmo informado na ata do último encontro do Copom. No RTI de dezembro, a projeção era de 5,2%.
No caso de 2020, a projeção está em 4,7%, como na ata. No RTI de dezembro, o porcentual era de 4,0%. Para 2021, a projeção para os preços administrados no cenário de mercado é de alta de 4,6%. No RTI de dezembro, a projeção era de 4,2%.
Na segunda-feira, o Focus mostrou que os analistas previam alta dos preços administrados de 4,95% em 2019, 4,30% em 2020 e 4,00% em 2021.
O Banco Central atualizou as projeções para o mercado de crédito em 2019. A instituição elevou, no RTI sua projeção para a alta do saldo de crédito este ano, de 6,0% para 7,2%. Em 2018, houve expansão do saldo de crédito de 5,1%.
A projeção para o saldo de crédito para pessoas físicas foi de alta de 7,0% para avanço de 9,7%.
No caso das pessoas jurídicas, a projeção passou de crescimento de 5,0% para alta de 4,1%.
De acordo com o BC, a estimativa para o saldo de crédito livre - aquele que não utiliza recursos da poupança e do BNDES - em 2019 foi de 10,5% para elevação de 12,5%. Dentro do crédito livre, a projeção é de expansão de 13,0% para pessoas físicas e 12,0% para pessoas jurídicas.
Já a projeção para o crédito direcionado (poupança e BNDES) foi de 1,0% para alta de 0,8%. Dentro do crédito direcionado, a projeção é de elevação de 6,0% para pessoas físicas e retração de 6,0% para pessoas jurídicas.