Economia

Banco central mais inclinado a aperto monetário do G-10 ainda vê riscos

O presidente da instituição que controla a política monetária da Noruega afirmou que há incerteza significativa em meio à lenta campanha de vacinação na Europa

O presidente do banco central da Noruega, o mais "hawkish" do G-10, Oystein Olsen (Krister Soerboe/Bloomberg/Getty Images)

O presidente do banco central da Noruega, o mais "hawkish" do G-10, Oystein Olsen (Krister Soerboe/Bloomberg/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 7 de maio de 2021 às 11h38.

O presidente do banco central da Noruega sinalizou que ainda existem vários riscos que podem afetar os planos para remover o apoio monetário, em meio à lenta campanha de vacinação na Europa.

“Há uma incerteza significativa quanto à situação de saúde, taxas de infecção e perspectivas de vacinação”, disse Oystein Olsen em entrevista na quinta-feira, 6.

Olsen falou logo depois de o banco central anunciar a decisão de manter a taxa básica de juros em zero, como esperado. A instituição também voltou a sinalizar que aumentará os juros ainda este ano, o que coloca a Noruega em uma liga própria no mundo rico.

Como outros países, a Noruega espera que uma proporção suficiente da população seja vacinada para permitir a reabertura total da economia. Por enquanto, seu programa de imunização foi interrompido por uma decisão em março de suspender o uso da vacina da AstraZeneca, devido ao risco de trombose. Na próxima semana, um comitê irá decidir como a Noruega seria afetada se também excluir o imunizante da Johnson & Johnson de seu programa de vacinação, medida adotada pela vizinha Dinamarca esta semana.

Pistas

Na quinta-feira, o banco central da Noruega, o Norges Bank, alterou o texto de seu cenário no comunicado de política monetária ao retirar a palavra “substancial” de sua avaliação das incertezas à frente. No Nordea Bank, o maior banco da região nórdica, analistas interpretaram a omissão como um sinal de que um aumento dos juros na Noruega poderia ocorrer já em setembro.

Olsen procurou minimizar tais especulações.

A “justificativa para essa ligeira mudança no texto” reflete “simplesmente que o verão, o outono, o segundo semestre estão se aproximando, em comparação com o início de março”, disse.

A incerteza sobre o momento do aumento dos juros noruegueses coincide com oscilações consideráveis da coroa norueguesa, que foi a moeda mais volátil do G-10 na semana até 7 de maio.

Independentemente de o Norges Bank aumentar a taxa básica em setembro ou dezembro, continua sendo o mais “hawkish”, ou inclinado ao aperto monetário, no grupo de 10 países com as moedas mais negociadas. O Banco Central Europeu ainda está muito comprometido com o estímulo de emergência, e o Riksbank, na Suécia, sinalizou que não planeja mexer na taxa de juros, atualmente em zero, até 2024.

Olsen disse na quinta-feira que a evolução da economia norueguesa não justifica uma nova previsão em comparação com a de março. Também disse que, apesar dos problemas, o programa de vacinação da Noruega não parece enfrentar atrasos significativos. Como resultado, a orientação oficial do banco central para o aumento dos juros se mantém “no segundo semestre” de 2021, disse.

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