Banco Central. (Arquivo/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 11h26.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai divulgar no final da tarde de hoje uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos que levaram ao estouro da meta de inflação em 2022. O IPCA, índice oficial para o parâmetro inflacionário, fechou o ano passado em 5,79%, segundo o IBGE. A meta para 2022, por sua vez, era de 3,5%, com intervalo de tolerância de até 4,75%.
O resultado acima do desejado ocorre no segundo ano consecutivo. Em 2021, o IPCA acumulou 10,06%, a maior elevação desde 2015. Assim, ficou acima do teto da meta de 5,25%.
A crise na cadeia de oferta de alimentos e energia, impactada pela guerra na Ucrânia, e os resquícios da pandemia também impactando exportações, são alguns dos fatores esperados como centrais nas justificativas do Banco Central que serão apresentadas hoje.
A expectativa é que a autarquia monetária reforce a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em escala elevada, almejando conter um novo estouro da meta em 2023. Essa sinalização, no entanto, é um dos pontos de cisão com o atual ministro da Fazenda, que vê a taxa de juros praticada no Brasil “anômala” e defende uma política monetária mais expansionista.
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