Economia

Banco Central da China se compromete a evitar grandes flutuações na taxa de câmbio da moeda chinesa

Expectativas estão crescendo em relação ao fortalecimento da moeda chinesa durante o segundo semestre deste ano

 (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

(SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 14 de julho de 2023 às 16h38.

Última atualização em 14 de julho de 2023 às 16h44.

O Banco Popular da China (PBC), o banco central do país, anunciou nesta sexta-feira, 14, que tomará medidas para corrigir os comportamentos pró-cíclicos e unilaterais do mercado, quando necessário, com o objetivo de evitar flutuações acentuadas na taxa de câmbio do iuane chinês. Essa declaração reitera que a taxa de câmbio do iuane não estará sujeita a flutuações unilaterais.

As declarações foram feitas por Liu Guoqiang, vice-governador do PBC, e demonstram a confiança dos formuladores de políticas chineses na estabilidade da taxa de câmbio da moeda chinesa, apesar da recente desvalorização em relação ao dólar americano, o que gerou grande repercussão na mídia estrangeira sobre a recuperação econômica da China. Nas últimas duas semanas, o iuane chinês se fortaleceu à medida que a recuperação econômica do país continua ganhando impulso.

Durante uma coletiva de imprensa sobre a situação financeira do país no primeiro semestre de 2023, Liu afirmou que a taxa de câmbio do iuane não terá grandes oscilações para cima ou para baixo. As expectativas para o mercado de câmbio permanecem estáveis e a taxa de câmbio do iuane continuará apresentando flutuações de duas vias dentro de uma faixa razoável.

Em relação às políticas futuras, o PBC concentrará seus esforços na gestão das expectativas e corrigirá comportamentos pró-cíclicos e unilaterais do mercado quando necessário para evitar flutuações acentuadas na taxa de câmbio, afirmou Liu.

Iuane chinês se fortalece em relação ao dólar

Enquanto isso, o iuane chinês continuou se fortalecendo em relação ao dólar americano, recuperando-se de uma tendência anterior de desvalorização. Na sexta-feira, a taxa de paridade central do iuane em relação ao dólar americano foi estabelecida em 7,1318 por dólar, um ajuste ascendente de 209 pontos-base em relação ao dia anterior. Isso representa uma recuperação significativa em relação a um mês atrás, quando o iuane atingiu a mínima de seis meses de cerca de 7,17 por dólar.

Segundo relatos da mídia, o iuane registrou ganhos superiores a 1% em relação ao dólar americano, tanto no mercado interno quanto no exterior, ao longo da última semana. O iuane está caminhando para uma segunda semana consecutiva de valorização, após uma desvalorização de mais de 5% em relação ao dólar americano no último trimestre, de acordo com previsões da Bloomberg, que sugerem que o iuane poderá atingir 7 por dólar.

Anteriormente, a desvalorização do iuane gerou grande especulação na mídia estrangeira sobre a velocidade da recuperação econômica da China. Alguns até chegaram a prever uma suposta fuga de capitais do país. No entanto, Liu afirmou na sexta-feira que o fluxo de capital transfronteiriço permaneceu geralmente equilibrado, com um influxo líquido de fundos estrangeiros investindo em títulos chineses, além de ressaltar que as reservas cambiais da China continuam sendo as maiores do mundo, ultrapassando US$ 3 trilhões. Isso indica que a taxa de câmbio do iuane não apresentará flutuações unilaterais.

As expectativas estão crescendo em relação ao fortalecimento da moeda chinesa durante o segundo semestre deste ano, uma vez que a economia chinesa é esperada para manter uma recuperação estável, enquanto o dólar americano deverá enfraquecer devido a vários fatores domésticos nos Estados Unidos, incluindo o fim do ciclo de aumento de taxas pelo Federal Reserve.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Taizhang
Imagem principal: C A/Wirestock/ Adobe Stock

Acompanhe tudo sobre:ChinaMoedasCâmbioEstados Unidos (EUA)Dólar

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo