Economia

"Balão de ensaio", diz Mourão sobre "imposto do pecado" de Guedes

Presidente em exercício afirmou que ministro pode lançar ideias, mas que apenas Bolsonaro toma decisões

General Mourão: "Lançar a ideia não faz mal nenhum" (Adriano Machado/Reuters)

General Mourão: "Lançar a ideia não faz mal nenhum" (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 13h18.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 13h22.

Brasília — O presidente em exercício Hamilton Mourão classificou como uma "balão de ensaio" a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de criar um impostos sobre produtos prejudiciais à saúde, apelidado de "imposto do pecado". A proposta já foi descartada pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com Mourão, todos os ministros podem lançar ideias, mas apenas Bolsonaro toma as decisões:

"Vamos colocar o seguinte. O ministro Guedes está lá fora do Brasil, lançou uma ideia, imediatamente rebatida pelo presidente. Vamos lembrar, todos os ministros podem lançar as ideias que eles quiserem. Agora, só tem um decisor, se chama Jair Bolsonaro. É o que tem mandato do povo para decidir", disse Mourão, ao deixar a Vice-Presidência.

Questionado se não havia um problema em Guedes falar sobre essa ideia sem conversar antes com Bolsonaro, Mourão disse que um "balão de ensaio" como "não mata ninguém":

"Lançar a ideia não faz mal nenhum. É balão de ensaio que está jogado aí, não mata ninguém isso daí. Não vamos ver chifre em cabeça de cavalo nisso aí."

O presidente em exercício ainda brincou com a ideia de taxar a cerveja:

"Pois é, né? Lamentável", disse, rindo.

A defesa da taxação da cerveja foi feita por Guedes em seu último dia de compromissos do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Ele defendeu ainda que a tributação incida sobre produtos como refrigerantes, sorvetes e chocolates.

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