Economia

Balança comercial tem superávit de US$ 458 milhões

A balança comercial registrou o primeiro resultado positivo do ano, beneficiada pela queda das importações


	Importações e exportações: número ficou acima do superávit de US$ 118 milhões alcançado em igual período do ano passado
 (.)

Importações e exportações: número ficou acima do superávit de US$ 118 milhões alcançado em igual período do ano passado (.)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2015 às 19h49.

Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de 458 milhões de dólares em março, no primeiro resultado positivo do ano, favorecido por uma queda generalizada nas importações, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta quarta-feira, que aposta em novo resultado positivo em abril.

O resultado superou as expectativas de analistas consultados pela Reuters, que esperavam déficit de 400 milhões de dólares, e também o saldo positivo de 118 milhões de dólares em março do ano passado.

 Diante da queda nos preços de importantes commodities da pauta de exportação brasileira, como o minério de ferro e a soja, o superávit foi guiado sobretudo pelo declínio das importações em ritmo superior ao das exportações.

As exportações somaram 16,979 bilhões de dólares no mês passado, queda de 16,8 por cento ante igual mês de 2014. Já as importações recuaram 18,5 por cento, a 16,521 bilhões de dólares no mês.

Para o economista da Tendências Consultoria Bruno Lavieri, a expectativa para os próximos meses é que exportações e importações sigam recuando na comparação anual, mas com as importações sendo mais afetadas, levando a um superávit "magrinho" no ano.

"O cenário de preços (de commodities) afeta as exportações e no lado das importações são só fatores negativos: consumo doméstico mais fraco e dólar mais forte", afirmou.

Enquanto as exportações de produtos básicos e manufaturados mostraram queda em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas de semimanufaturados subiram, com destaque para o avanço nos embarques de açúcar em bruto, celulose e ferro-ligas.

Já o resultado nas importações foi afetado por um declínio generalizado, observado tanto em combustíveis e lubrificantes como em matérias-primas e intermediárias, além de bens de capital e bens de consumo. Segundo o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão, o mês de março ainda não viu o impacto positivo do enfraquecimento do real para elevação dos volumes embarcados. No mês, a moeda norte-americana subiu 11,7 por cento ante o real.

"Não é imediato esse efeito. Ele melhora a rentabilidade dos exportadores, mas a quantidade ainda demora um pouco para reagir", disse.

TRIMESTRE

No acumulado do primeiro trimestre, a balança comercial brasileira registrou déficit de 5,557 bilhões de dólares, ante déficit de 6,078 bilhões de dólares no mesmo período de 2014.

Nos três primeiros meses deste ano, as exportações somaram 42,775 bilhões de dólares, queda de 13,7 por cento na comparação anual pela média diária das operações.

As importações atingiram 48,332 bilhões de dólares no período, em queda de 13,2 por cento sobre igual período de 2014, também pela média diária das operações.

Brandão acredita que os números da balança comercial de abril serão positivamente impactados pelo aumento no volume exportado de soja, após retardo na colheita dos grãos no início do ano.

O movimento mais forte de embarque da commodity já pôde ser visto nas duas últimas semanas de março, disse Brandão, ajudando o saldo da balança comercial a ficar no azul no mês.

O MDIC continua enxergando um superávit para o resultado consolidado de 2015, afirmou Brandão, sem detalhar valores. Na semana passada, o Banco Central piorou as previsões para a balança comercial, projetando superávit de 4 bilhões de dólares para 2015 ante 6 bilhões de dólares estimados anteriormente.

*Texto atualizado às 19h49
Acompanhe tudo sobre:Balança comercialComércio exterioreconomia-brasileiraExportaçõesImportações

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto