Economia

Balança comercial tem saldo positivo pelo 2º mês seguido

A balança comercial registrou superávit de US$ 491 milhões em abril, no segundo resultado positivo consecutivo mensal, impulsionado pela queda nas importações


	Exportações e importações: resultado veio acima do esperado pelo mercado
 (REUTERS/Andres Stapff)

Exportações e importações: resultado veio acima do esperado pelo mercado (REUTERS/Andres Stapff)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 16h55.

Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de 491 milhões de dólares em abril, no segundo resultado positivo consecutivo mensal, impulsionado pela queda nas importações, em especial de combustíveis e lubrificantes.

O resultado veio acima do esperado pelo mercado, com especialistas consultados pela Reuters projetando superávit de 150 milhões de dólares para o mês.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações somaram 15,156 bilhões de dólares em abril, enquanto as importações chegaram a 14,665 bilhões de dólares, pior resultado para o mês desde 2010.

Com isso, o desempenho de abril repetiu a tônica do mês anterior, quando a balança havia registrado superávit de 458 milhões de dólares, afetada pela queda nas importações em ritmo superior ao declínio registrado na ponta das exportações.

Em abril, as importações caíram em todos os segmentos, mas sobretudo na linha de combustíveis e lubrificantes, com recuo de 48,3 por cento em relação a um ano antes.

Segundo o Ministério, a retração se deu principalmente pela diminuição nos preços de naftas, óleos combustíveis, gasolina, gás natural, petróleo e carvão.

A importação de matérias-primas e intermediários, por sua vez, sofreu contração de 19,8 por cento em abril ante um ano antes. Bens de consumo caíram 17,9 por cento e bens de capital recuaram 16,4 por cento.

A queda nas importações ocorre em meio ao fraco crescimento econômico do país, num cenário marcado por ajustes fiscais, aperto monetário e inflação em alta. Economistas estimam em pesquisa Focus que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá queda de 1,18 por cento em 2015.

"A menor atividade econômica, uma das consequências é redução da demanda por bens importados", afirmou o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério, Herlon Brandão, também lembrando que no caso do petróleo, o país diminuiu sua necessidade de importação em função de investimentos que aumentaram a produção nacional.

No lado das exportações, o declínio também foi generalizado em abril: básicos caíram 28,9 por cento ante igual mês de 2014, afetados pelo menor envio de produtos como minério de ferro, carne de frango e farelo de soja.

"Provavelmente, no próximo mês teremos embarques mais significativos de soja", disse Brandão, acrescentando em coletiva de imprensa que o incêndio em tanques nas proximidades do porto de Santos atrapalhou o movimento no mês.

Em abril, o volume total em quilograma líquido exportado do porto de Santos foi 58,5 por cento inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Para a soja, especificamente, a queda foi de 85 por cento.

No mês, também sofreram queda na comparação anual as exportações brasileiras de semi manufaturados (-20,0 por cento), e as de manufaturados (-14,9 por cento).

ACUMULADO

O resultado positivo da balança de abril contribuiu para diminuir o déficit no acumulado do ano, a 5,066 bilhões de dólares, inferior ao saldo negativo de 5,573 bilhões de dólares em igual período de 2014.

Nos quatro primeiros meses de 2015, as exportações somaram 57,931 bilhões de dólares, queda de 16,4 por cento ante o mesmo período do ano passado.

As importações, por sua vez, atingiram 62,997 bilhões de dólares no país de janeiro a abril, com baixa de 15,9 por cento na comparação anual.

O Ministério segue esperando um superávit para a balança no fechado do ano apesar da desvalorização de commodities agrícolas e minerais, apoiando-se em fatores com a redução do déficit na conta petróleo, queda na demanda por bens importados e impacto positivo do dólar mais alto para a competitividade das exportações brasileiras. 

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