Economia

Balança comercial tem maior superávit para agosto em dois anos

Resultado de US$ 3,2 bilhões foi puxado por maiores quedas nas importações do que nas exportações

Exportações: número de importações caiu mais do que o de exportações (LeeYiuTung/Getty Images)

Exportações: número de importações caiu mais do que o de exportações (LeeYiuTung/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 16h01.

Brasília — A balança comercial brasileira registrou superávit de 3,284 bilhões de dólares em agosto, melhor saldo para o período desde 2017, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira, 2, num mês em que as importações caíram mais que as exportações.O dado veio em linha com expectativa de um saldo positivo de 3,2 bilhões de dólares, conforme pesquisa Reuters com analistas.

Em agosto, as exportações tiveram um recuo de 8,5% sobre igual mês do ano passado, pela média diária, a 18,853 bilhões de dólares.

Já as importações tiveram uma retração maior, de 13,3% na mesma base de comparação, a 15,569 bilhões de dólares.

"Essa redução é influenciada por base de comparação alta", afirmou o subsecretário de InteligênciaEstatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Ele lembrou que, em agosto de 2018, houve operação de exportação de plataforma de petróleo no valor de 1,3 bilhão de dólares e uma operação de importação do mesmo tipo de 2 bilhões de dólares.

Desconsideradas essas transações, a queda nas exportações em agosto deste ano sobre um ano antes teria sido de 2,7% e nas importações, de 2,6%.

"Ainda uma redução na casa de 2%", pontuou Brandão. Em relação às exportações, ele atribuiu a performance no vermelho à redução nos embarques de soja, commodity que apresenta preços menores este ano, além de volume exportado menor, diante de menor demanda mundial pelo grão em função de problema sanitário no rebanho suíno chinês.

O subsecretário também lembrou que as vendas de automóveis caíram, afetadas pela crise na Argentina.No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em 31,759 bilhões de dólares, retração de 12,9% sobre igual período do ano passado, também pelo critério da média diária.Para o resultado consolidado do ano, a expectativa de analistas ouvidos pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus é de um saldo positivo de 52,35 bilhões de dólares nas trocas comerciais, abaixo do superávit de 58,03 bilhões de dólares de 2018.

A estimativa do Ministério da Economia é de um superávit da balança comercial de 56,7 bilhões de dólares neste ano. A projeção foi divulgada em julho e deverá ser revista no mês que vem.

Destaques

Em agosto, as exportações foram afetadas pelo desempenho dos produtos manufaturados, cujas vendas caíram 25,8% sobre igual mês do ano passado.

De acordo com o Ministério da Economia, houve diminuição principalmente nas exportações de automóveis de passageiros (-47,7%, a 253 milhões de dólares), aviões (-23,6%, a 180 milhões de dólares) e motores para veículos e partes (-23,7%, a 166 milhões de dólares).

Em contrapartida, as exportações de semimanufaturados e de básicos subiram 14,4% e 2,5%, respectivamente, em agosto sobre um ano antes.

Já na ponta das importações, os resultados vieram negativos de maneira geral, com queda em agosto nas compras de bens de capital (-35%), combustíveis e lubrificantes (-34%), bens de consumo (-7%) e bens intermediários (-2%).

Em relação aos bens de capital, a retração foi puxada por menores importações de plataformas de perfuração/exploração.

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