No caso dos automóveis, 13,4% dos industriais responderam estar com estoques excessivos em abril, ante 7,7% em março (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2012 às 15h33.
São Paulo - O comprometimento da renda disponível do consumidor com pagamento de impostos, mensalidades, material escolar e os resíduos de despesas com férias levaram a uma redução da demanda, o que afetou a confiança do empresário da indústria no mês de abril.
A avaliação é do coordenador de Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), Aloisio Campelo, ao detalhar nesta quinta-feira os dados da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação. De acordo com o levantamento, feito entre os dias 2 e 24 deste mês com 1.147 empresários do setor industrial, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) cresceu 0,3% no mês, abaixo da expansão de 0,5% em março, confirmando a percepção de uma recuperação lenta do setor no curto prazo.
Segundo Campelo, o processo de ajuste de estoques está quase concluído, depois de ter atingido seu pior momento entre outubro e novembro de 2011, mas ainda existem alguns poucos setores com níveis excessivos.
É o caso do setor automotivo. Na categoria de caminhões e ônibus, em abril, 24,7% dos empresários disseram estar com estoques elevados, ante 2,1% em março, 7,1% em fevereiro e 10,1% em novembro do ano passado. "É o pior nível de estoque excessivo para o setor desde junho de 2009, quando atingiu 25,2%", observou o economista.
No caso dos automóveis, 13,4% dos industriais responderam estar com estoques excessivos em abril, ante 7,7% em março. Já no ramo de peças e acessórios para veículos, o nível de estoques foi considerado excessivo por apenas 0,2% dos empresários em abril, ante 0,6% em março e 1,2% em abril de 2011.
"No processo de recuperação da confiança da indústria, as variáveis chaves são estoques e demanda. A nossa percepção é a de que o ajuste dos estoques já teria ocorrido, mas de forma heterogênea", ponderou Campelo.