Aglomeração em frente a banco no Chipre esperando a abertura da agência: discussões devem ter como principais temas a demora na realização de reformas (Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 10h38.
Londres - Algumas das mais poderosas autoridades financeiras do mundo vão se reunir na sexta-feira e sábado numa mansão da Inglaterra para tentar acelerar as reformas dos sistemas bancário e financeiro, ainda tendo na lembrança o recente colapso financeiro do Chipre.
Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G7 de economias industrializadas provavelmente não tomarão decisões imediatas sobre como reavivar a economia mundial, já que discutiram isso há apenas três semanas numa reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Autoridades de dois países do G7 disseram que as discussões, a serem realizadas em um palacete rural do século 17, a noroeste de Londres, devem ter como principais temas a demora na realização de reformas dos sistemas bancário e financeiro global.
"É muito raro que o G7 foque na regulamentação financeira", disse uma das autoridades, pedindo anonimato. "Faz sentido que os líderes financeiros do G7 passem a mensagem, de alto a baixo, de que os esforços globais para assegurar a estabilidade financeira via uma regulamentação apropriada têm que continuar." A Alemanha deve voltar a ser pressionada para dar mais apoio a uma união bancária na zona do euro, como já aconteceu na recente reunião do FMI e do G20 em Washington. A ideia foi proposta no ano passado para fortalecer a união monetária europeia, mas Berlim receia ter de pagar a fatura de futuros resgates bancários.
O primeiro passo --a criação de um supervisor bancário único sob a égide do Banco Central Europeu-- deve ser dado até meados de 2014, mas um segundo pilar, uma agência de "resolução" com verbas para fechar bancos falidos, ainda é dúvida. E há pouca perspectiva de que um terceiro pilar, um esquema único de garantias para os depósitos, algum dia se torne realidade.
Outra fonte do G7 disse que as novas regras para o comércio de derivativos e o plano Basileia 3 para níveis mínimos de capital bancário estão atrasados e devem estar na pauta do G7.
Mas algumas autoridades disseram não saber por que a Grã-Bretanha, atual presidente do G7, convocou essa reunião.
"Estou realmente chateado de precisar abrir mão do meu fim de semana para isso", queixou-se uma delas, acrescentando que as discussões poderiam ter ocorrido durante as reuniões do FMI em Washington, em meados de abril.
Uma fonte do ministério britânico das Finanças disse que é válido promover reuniões informais entre as maiores economias industrializadas do mundo, mas não quis comentar a pauta.