Economia

Autoridade do BC japonês diz que China está em "perigo"

Para a nação asiática, um crescimento rápido de empréstimos aumenta a chance de do país vizinho enfrentar uma crise financeira


	Pequim: Japão alerta que a China está entrando agora numa "zona de perigo"
 (Wikimedia Commons)

Pequim: Japão alerta que a China está entrando agora numa "zona de perigo" (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 14h20.

Tóquio - A combinação de uma bolha de preços imobiliários, mudanças demográficas e um crescimento rápido de empréstimos aumenta a chance de um país enfrentar uma crise financeira, afirmou nesta terça-feira um vice-presidente do Banco do Japão, o banco central do país, alertando que a China está entrando agora numa "zona de perigo" no que se refere a isso.

Kiyohiko Nishimura, um dos dois vice-presidentes do BC japonês e um ex-professor universitário especializado em análise de dados, notou que há similaridades entre a bolha de ativos do Japão da década de 1990 e a bolha do mercado imobiliário dos Estados Unidos dos anos 2000.

Em ambos os casos, quando a taxa de pessoas economicamente ativas atinge um pico num período de altos preços de imóveis e aumento rápido de empréstimos, essas condições levam a bolhas "malignas" que geram uma crise financeira, disse ele.

"A China ainda não chegou ao pico no que se refere à taxa da população economicamente ativa, mas está perto", enquanto os empréstimos estão subindo e os preços de imóveis mostraram um claro aumento durante 2010, afirmou Nishimura em conferência em Sydney, na Austrália, organizada pelo banco central do país e pelo Banco para Acordos Internacionais.

"Está claro que nem todo episódio de estouro de bolha leva a uma crise financeira. No entanto, se a mudança demográfica, uma bolha dos preços imobiliários e um forte aumento dos empréstimos coincidem, então uma crise financeira parece mais provável. E a China está entrando agora na 'zona de perigo'", afirmou ele, de acordo com texto de sua apresentação publicado no site do BC japonês.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaCrise econômicaCrises em empresasJapãoPaíses ricos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo