Economia

Austrália quer exportar maconha medicinal de olho no mercado

Governo espera que o uso medicinal doméstico, legalizado no ano passado, e as exportações fortaleçam a produção rapidamente

Maconha: até agora só Uruguai, Canadá e Holanda legalizaram a exportação de maconha medicinal (Bruce Bennett/Getty Images)

Maconha: até agora só Uruguai, Canadá e Holanda legalizaram a exportação de maconha medicinal (Bruce Bennett/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 12h39.

Sydney - A Austrália anunciou nesta quinta-feira que pretende se tornar o quarto país do mundo a legalizar a exportação de maconha medicinal, na tentativa de entrar em um mercado global estimado em 55 bilhões de dólares.

O cultivo da erva ainda é relativamente pequeno na Austrália, já que o uso recreativo continua ilegal, mas o governo espera que o uso medicinal doméstico, legalizado no ano passado, e as exportações fortaleçam a produção rapidamente.

"Nosso objetivo é muito claro: dar aos agricultores e produtores a melhor oportunidade de se tornarem os exportadores de maconha medicinal número um do mundo", disse o ministro da Saúde, Greg Hunt, a repórteres em Melbourne.

As ações dos mais de uma dúzia de produtores de cannabis australianos listados na bolsa local dispararam após o anúncio.

O Cann Group encerrou o dia com alta de 35 por cento, o AusCann Group subiu quase 54 por cento e o BOD Australia fechou o pregão com cerca de 39 por cento de alta -- todas cifras recordes para estas empresas. A Hydroponics Company teve uma alta de 30 por cento, alcançando seu preço mais alto em cinco semanas.

Peter Crock, diretor-executivo do Cann Group, que cultiva maconha para fins medicinais e de pesquisa, disse que a produção de maconha medicinal vem sendo prejudicada pela demanda limitada de pacientes australianos.

Até agora só Uruguai, Canadá e Holanda legalizaram a exportação de maconha medicinal. Israel disse que pretende fazê-lo dentro de meses.

A proposta do governo da Austrália precisa da aprovação do Parlamento, que volta ao trabalho em fevereiro. O Partido Trabalhista, principal força de oposição do país, assinalou que apoiará a medida.

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