As bandeiras dos países da UE são vistas em frente ao parlamento europeu em Estrasburgo, na França (Frederick Florin/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 18h43.
Bruxelas - A União Europeia (UE) mostrou nesta terça-feira as amplas diferenças que dividem tanto os países como as instituições comunitárias sobre a dose de austeridade que devem incluir os orçamentos europeus, ao fracassarem definitivamente as negociações sobre as contas para 2013 no prazo estabelecido.
Após a suspensão na sexta-feira passada da mesa de negociação, a Eurocâmara decidiu hoje não participar da reunião de mediação e dar por encerradas as conversas em torno das contas de 2013, pela negativa dos 27 países comunitários a fornecer pelo menos 7 bilhões de euros adicionais para evitar a falta de pagamentos em 2012.
O prazo para conseguir um consenso entre ambas partes expirava hoje.
O ministro de Assuntos Europeus do Chipre, Andreas Mavroyiannis, que presidiu o Conselho de Orçamento, acusou o Parlamento Europeu de ''tomar como refém'' o orçamento de 2013.
O fracasso destas conversas pesa o ambiente para a cúpula de líderes europeus que será realizada no final da próxima semana, dedicada exclusivamente a discutir o orçamento plurianual europeu para 2014-2020, sobre a qual os países já mostraram amplas divergências.
No entanto, a Eurocâmara defende sua negativa como ''um sinal que não podem cortar as contribuições ao orçamento europeu abaixo das necessidades e das obrigações da União Europeia'', segundo disseram fontes parlamentares à Agência Efe.
Vários países, liderados por Reino Unido e Alemanha, se mostraram contrários a aumentar a dotação fornecida pelos países e defendem o congelamento do orçamento, o que representaria recortar o financiamento comunitário em verbas como as ajudas regionais ou a agricultura.
Tanto o Parlamento como a Comissão Europeia criticaram em reiteradas ocasiões os países-membros por aprovar orçamentos restritivos demais nos últimos anos, o que dá lugar à escassez de fundos para programas comunitários.
A Comissão Europeia terá que apresentar agora uma nova proposta, que deverá ser negociada e respaldada pelo Parlamento e pelo Conselho.
Perante o risco de cair em falta de pagamentos até que se defina um orçamento para 2013 e se solucione o vazio nas contas de 2012, a presidência cipriota do Conselho da UE assinalou que estudará com a Comissão Europeia se é possível encontrar alguma fórmula para acelerar o processo ou priorizar os pagamentos.