Economia

Reajuste do salário mínimo em 2025 incrementará R$ 81,5 bilhões na economia, aponta Dieese

O reajuste vai impactar direta e indiretamente a renda de quase 60 milhões de brasileiros

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 15h38.

Última atualização em 3 de janeiro de 2025 às 21h36.

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O reajuste do salário mínimo em 2025 injetará R$ 81,5 bilhões na economia brasileira, aponta cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, instituto vinculado ao movimento sindical) divulgados nesta sexta-feira, 3.

A nota técnica do Dieese destaca que 59,9 milhões de brasileiros têm rendimentos vinculados ao salário mínimo. Estima-se que o novo valor proporcionará um incremento de R$ 81,5 bilhões na renda da população. Neste valor, está incluído um incremento de R$ 43,9 bilhões na arrecadação de impostos sobre o consumo.

O estudo também destaca que o ganho real, ou seja, o aumento acima da inflação, será de 2,5% em 2025, abaixo do ganho real de 5,77% registrado no ano anterior. Segundo o Dieese, a política de valorização do salário mínimo, com reajustes acima da inflação, ajuda a reduzir desigualdades salariais entre homens e mulheres, negros e não negros e entre as diferentes regiões do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que eleva o salário mínimo de R$ 1.418 para R$ 1.518, representando uma alta nominal de 7,5%. O novo valor segue a regra sancionada por Lula, que vincula o reajuste à inflação e ao crescimento do PIB de dois anos antes, com limite de até 2,5%.

O piso salarial também é utilizado como referência para benefícios sociais, como aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o governo, a expectativa é economizar R$ 110 bilhões até 2030 com a nova regra, sendo R$ 2 bilhões em 2025.

Em 2023, o governo aplicou a regra anterior de valorização do salário mínimo, que considerava integralmente o crescimento do PIB de dois anos antes. Sob essa regra, o salário mínimo para 2025 seria de R$ 1.528.

TipoNúmero de Pessoas (mil)Valor Adicional da Renda Anual - R$ (b)Arrecadação Tributária Adicional R$ (c)
Beneficiários do INSS28.14538.784.391.51620.904.787.027
Empregados17.32823.877.602.92412.870.027.636
Conta própria10.07512.815.873.7406.907.648.006
Trabalhadores Domésticos4.0445.573.134.7903.003.919.749
Empregadores332422.474.448227.713.727
Total59.92581.473.276.70843.914.096.146

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua; Ministério da Previdência e Assistência Social. Boletim Estatístico da Previdência Social

*Uma versão inicial desta matéria apresentou, de forma equivocada, a soma do impacto do salário mínimo na renda com o montante estimado de arrecadação tributária sobre o consumo. No entanto, o efeito sobre a renda já considera o valor tributado. A informação foi corrigida e a matéria, atualizada.

Qual será o valor do salário mínimo em 2025?

O salário mínimo em 2025 será de R$ 1.518

Quanto será o aumento do salário mínimo?

O reajuste será de 7,5%, que representa mais R$ 106 na renda dos trabalhadores.

Quando começa a valer o novo valor do salário mínimo?

Como entrará em vigor a partir do primeiro dia de janeiro, o novo valor começará a ser depositado no início de fevereiro.

Para que serve o salário mínimo e quando foi criado?

O salário mínimo no Brasil foi criado em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas. Embora a legislação tenha passado por alterações ao longo do tempo, o salário mínimo continua a ser o valor mínimo que todos os trabalhadores devem receber por sua jornada de trabalho.

Histórico do salário mínimo no Brasil de 1994 a 2023

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o histórico do salário mínimo entre 1994 e 2023 foi nos seguintes valores:

  • 2025: R$ 1.518 em janeiro - aumento de 7,7%
  • 2024: R$ 1.412 em janeiro - aumento de 7,7%
  • 2023: R$ 1.302 em janeiro - aumento de 7,5% / R$ 1.320 a partir de maio - aumento de 1,4%
  • 2022: R$ 1.212 - aumento de 10,18%
  • 2021: R$ 1.100 - aumento de 5,26%
  • *Segundo ajuste 2020: R$ 1.045 - aumento de 0,58%
  • Jan 2020: R$ 1039 - aumento de 4,11%
  • 2019: R$ 998 - aumento de 4,61%
  • 2018: R$ 954 - aumento de 1,81%
  • 2017: R$ 937 - aumento de 6,48%
  • 2016: R$ 880 - aumento de 11,68%
  • 2015: R$ 788 - aumento de 8,84%
  • 2014: R$ 724 - aumento de 6,78%
  • 2013: R$ 678 - aumento de 9%
  • 2012: R$ 622 - aumento de 14,13%
  • 2011: R$ 545 - aumento de 5,88%
  • 2010: R$ 510 - aumento de 9,68%
  • 2009: R$ 465 - aumento de 12,05%
  • 2008: R$ 415 - aumento de 9,21%
  • 2007: R$ 380 - aumento de 8,57%
  • 2006: R$ 300 - aumento de 16,67%
  • 2005: R$ 260 - aumento de 15,38%
  • 2004 :R$ 260 - aumento de 8,33%
  • 2003; R$ 240 - aumento de 20%
  • 2002: R$ 200 - aumento de 11,11%
  • 2001: R$ 180 - aumento de 19,21%
  • 2000: R$ 151 - aumento de 11,03%
  • 1999: R$ 136 - aumento de 4,62%
  • 1998: R$ 130 - aumento de 8,33%
  • 1997: R$ 120 - aumento de 7,14%
  • 1996: R$ 112 - aumento de 12%
  • 1995: R$ 100 - aumento de 42,86%
  • 1994: R$ 70 - aumento de 8,04%
  • 1994: R$ 64,79
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