Carros: 42% da frota brasileira de automóveis ainda usa apenas gasolina (ChinaFotoPress/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 13h54.
São Paulo - A indústria automobilística desaprova um eventual aumento do limite da mistura obrigatória do etanol anidro à gasolina para 27,5 por cento, ante os atuais 25 por cento, conforme vem sendo discutido por representantes do setor sucroalcooleiro e avaliado pelo governo.
Isso porque a mudança afetaria os carros à gasolina, disse nesta quinta-feira o presidente da associação das montadoras (Anfavea), Luiz Moan, durante uma conferência de imprensa.
Segundo ele, embora a maioria das vendas de carros novos no Brasil seja de carros flex, que usam etanol e/ou gasolina, a indústria não apoia um aumento da mistura porque 42 por cento da frota brasileira de automóveis ainda usa apenas gasolina.
Esses veículos à gasolina, portanto, não estariam tecnicamente preparados para rodar com uma mistura maior de etanol, segundo a Anfavea. A implantação de um limite maior do teor do biocombustível contribuiria para um desgaste maior do motor daqueles carros, disse a associação.
"Não achamos conveniente e não apoiamos o aumento do etanol na gasolina para 27,5 por cento", disse Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O governo encomendou recentemente um estudo sobre a possível mudança para balizar as discussões, disse à Reuters André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroalcooleiro, que participou de encontro com a presidente Dilma Rousseff e outros representantes do setor agrícola.
A eventual mudança é vista pela indústria sucroalcooleira como forma de aliviar a crise vivida pelo setor. Ao governo também interessa a nova mistura pelo potencial de reduzir as importações de combustíveis fósseis pela Petrobras.
Uma emenda elevando o limite máximo de etanol anidro de 25 para 27,5 por cento chegou a tramitar em uma Medida Provisória no Congresso neste mês, mas foi excluída do texto durante votação na Câmara dos Deputados.