Vladimir Putin: fundo de pensão russo tem um déficit de cerca de 2 trilhões de rublos (30,4 bilhões de dólares) (Sergei Karpukhin / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2016 às 13h16.
Moscou - O sistema previdenciário da Rússia enfrenta um crescente déficit que deve ser resolvido, mas aumentar a idade de aposentadoria não é a única opção, disse conselheiro econômico do presidente Vladimir Putin, Andrei Belousov, neste sábado.
Políticas alternativas tais como aumentar tarifas ou pagamentos sociais "são bastante duras", disse ele em um programa de televisão quando questionado se a idade de aposentadoria teria que ser maior.
Putin disse no fim do ano passado que a idade mínima de aposentadoria teria que ser maior em algum momento, mas que esse momento ainda não havia chegado.
Mulheres russas podem receber pensão a partir dos 55 anos, enquanto homens podem solicitá-la a partir de 60 anos.
O Kremlin tem tratado cuidadosamente dessa sensível questão, mas apoiadores de uma idade mais avançada para os benefícios argumentam que a medida é essencial, porque a força de trabalho do país está encolhendo. "É claro que não é inevitável, mas as alternativas são bastante duras”, disse Belousov.
"As alternativas são aumentar tarifas, pagamentos sociais”, disse ele. "Hoje, nosso fundo de pensão não está equilibrado, ele tem um déficit de cerca de 2 trilhões de rublos (30,4 bilhões de dólares) e a tendência é crescer. Algo precisa ser feito".
A questão tem se tornado mais urgente recentemente, à medida que a economia da Rússia tem caído em recessão e o orçamento tem registrado déficit. Aumentar a idade de aposentadoria ajudaria a conter esse déficit.
Belousov também disse na entrevista, transmitida neste sábado, haver um consenso de que não é possível para a Rússia alcançar um crescimento anual de mais de 1-2 % no futuro próximo com seu atual modelo econômico.