Espanhóis aguardam na fila de um escritório de empregos em Madri: na Alemanha, o número de imigrantes espanhóis e portugueses cresceu cerca de 50% (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 11h20.
Bruxelas - O número de imigrantes procedentes dos países mais afetados pela crise econômica na Europa aumentou consideravelmente desde julho de 2009, e na Espanha e na Grécia se multiplicou por dois, de acordo com um relatório da OCDE divulgado nesta quinta-feira.
A emigração dos cidadãos dos países mais afetados pela crise, em particular da Europa do Sul, se acelerou "com uma progressão de 45% entre 2009 e 2011", indicou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico em seu último relatório sobre migrações.
Desde 2007, o número de gregos e espanhóis que emigram a outros países da União Europeia se multiplicou por dois e alcançou respectivamente 39.000 e 72.000 pessoas, explicou a OCDE, uma organização que reúne 34 países desenvolvidos.
Na Alemanha, a chegada de imigrantes gregos aumentou 73% entre 2011 e 2012, enquanto o número de imigrantes espanhóis e portugueses no país cresceu cerca de 50%. Já os italianos que chegaram à Alemanha no mesmo período aumentaram 35%.
Embora a imigração em direção à OCDE de Índia e China continuem sendo importantes, Polônia e Romênia já estão entre os três primeiros países, atrás da China, que que mais fornecem imigrantes.
Já a situação dos imigrantes no mercado de trabalho se deteriorou nos últimos anos. A média de sua taxa de desemprego aumentou em 5 pontos entre 2008 e 2012 (de 8,1% a 12,9%), contra os três pontos de aumento dos trabalhadores do país (de 5,4% a 8,7%).
O fenômeno do desemprego afeta, em particular, os imigrantes do norte da África, com uma taxa recorde na Europa de 27% em 2012. No ano passado, cerca de um imigrante desempregado em cada dois estava há mais de um ano buscando emprego.
O relatório da OCDE também estuda o impacto econômico da imigração, que considera pouco importante.
"Segundo nossas estimativas, o impacto (dos imigrantes nas finanças públicas) é geralmente limitado e não supera 0,5% do PIB, positivo ou negativo", indicou a organização.