Economia

Auge do cultivo foi atingido e área de lavouras deve cair

10% das terras atualmente usadas devem deixar de ser cultivadas no futuro, e parte delas poderia ser restaurada a suas condições originais, afirmou estudo


	Melhorias na produtividade e uma moderação da população poderiam fazer com que o volume de terras cultiváveis decrescesse na visão do grupo de especialistas que redigiu o estudo

Melhorias na produtividade e uma moderação da população poderiam fazer com que o volume de terras cultiváveis decrescesse na visão do grupo de especialistas que redigiu o estudo

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 18h08.

Oslo - O terreno total necessário para o cultivo agrícola em todo o mundo está em seu auge e uma área com mais de duas vezes o tamanho da França pode voltar a ser não-cultivada em 2060 devido a uma maior produtividade e ao crescimento mais lento da população, disse um grupo de especialistas nesta segunda-feira.

O relatório entra em conflito com estudos da ONU que afirmam que mais terras cultiváveis serão necessárias nas próximas décadas a fim de evitar picos de fome e de preços por conta do aumento da população mundial para mais de 7 bilhões de pessoas, e afirma que a humanidade alcançou o que chamou de "auge do cultivo".

Mais lavouras utilizadas para a produção de biocombustíveis e uma mudança no padrão de consumo de carnes em economias emergentes como a China ou a Índia --exigindo mais terras cultiváveis para alimentar o gado-- não compensariam uma queda no volume de terras cultivadas, que seria causada por melhoras na produtividade, calculou.

Se comprovada a teoria, a terra que deixaria de ser cultivada seria equivalente a cerca de 10 por cento do volume atualmente em uso -- ou 2,5 vezes da área total da França, ou superior ao volume total de terra arável cultivada atualmente na China.

"Nós acreditamos que a humanidade atingiu o auge do volume em terras cultiváveis, e que uma grande restauração dos terrenos à natureza está prestes a acontecer", disse Jesse Ausubel, diretor do Programa para o Meio Ambiente Humano, da Rockefeller University, em Nova York.


"Felizmente, a causa não é a exaustão da terra arável, como muitos temiam, e sim a moderação da população, gostos, e ingenuidade dos agricultores", disse Ausubel durante discurso sobre o estudo que liderou no jornal Population and Development Review.

O relatório, fornecido à Reuters pelo diretor, projeta que cerca de 150 milhões de hectares (370 milhões de acres) podem ser restaurados a suas condições originais como florestas em 2060. Isso também equivale a 1,5 vezes a área do Egito ou 10 vezes o tamanho de Iowa.

Segundo o relatório, as terras aráveis além das áreas de culturas permanentes no mundo subiram de 1,37 bilhão de hectares (3,38 bilhões de acres) em 1961 para 1,53 bilhão (3,78 bilhões de acres) em 2009. O estudo também projeta uma queda para 1,38 bilhões de hectares (3,410 bilhões de acres) em 2060.

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