Economia

Auditorias ao redor do mundo estão cheias de problemas

Descoberta levanta grandes questões políticas sobre se já foi feito o bastante em termos de legislação global para melhorar a qualidade das auditorias


	Bancos: pouco antes do estouro da crise, muitos bancos listados pintaram quadros positivos sobre seus registros contábeis apenas para depois sofrerem grandes perdas
 (Peter Foley/Bloomberg)

Bancos: pouco antes do estouro da crise, muitos bancos listados pintaram quadros positivos sobre seus registros contábeis apenas para depois sofrerem grandes perdas (Peter Foley/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 12h44.

Washington - Auditorias em companhias públicas e em bancos conduzidas ao redor do mundo por unidades afiliadas às seis maiores empresas de contabilidade do mundo estão persistentemente cheias de problemas, afirmou um grupo internacional de reguladores.

A descoberta, divulgada nesta quinta-feira em pesquisa do Fórum de Reguladores de Auditores Independentes (IFIAR, na sigla em inglês), levanta grandes questões políticas sobre se já foi feito o bastante em termos de legislação global para melhorar a qualidade das auditorias desde a crise financeira de 2007-2009.

Pouco antes do estouro da crise, muitos bancos listados pintaram quadros positivos sobre seus registros contábeis apenas para depois sofrerem grandes perdas com títulos atrelados a hipotecas de alto risco que estavam em suas carteiras.

"A alta taxa de deficiências e suas gravidades em aspectos críticos das auditorias (...) é um alerta para as companhias e para os reguladores", disse Lewis Ferguson do Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Públicas, órgão que fiscaliza auditores nos Estados Unidos.

"Mais precisa ser feito para melhorar a confiabilidade do trabalho de auditoria que é executado globalmente em nome dos investidores." A pesquisa global sobre a performance de auditorias foi divulgada ao final de um encontro de três dias em Washington que incluiu a participação de reguladores de várias partes do mundo.

Juntos, os 50 reguladores formam o IFIAR, uma coalizão formada em 2006 para melhorar o compartilhamento e coordenação de informações.

As descobertas do levantamento discutidas na quinta-feira derivam principalmente de inspeções conduzidas em 2013 por companhias afiliadas às seis maiores empresas de contabilidade do mundo. Isso inclui as "quatro grandes" do setor: PricewaterhouseCoopers, KPMG, Deloitte e Ernst & Young, bem como BDO e Grant Thornton.

Acompanhe tudo sobre:BancosCrise econômicaFinanças

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto