Economia

Atividade levou ao aumento de gasto em viagens e serviços, diz BC

Banco Central avalia que, com a retomada da atividade econômica, o Brasil começa a demandar cada vez mais serviços e mercadorias do exterior

Em outubro, brasileiros gastaram US$ 1,637 bilhão no exterior, cifra 15% maior que o desembolsado um ano antes (iStock/Thinkstock)

Em outubro, brasileiros gastaram US$ 1,637 bilhão no exterior, cifra 15% maior que o desembolsado um ano antes (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 14h49.

Brasília - O aumento de gastos em viagens internacionais e serviços no exterior, além do crescimento das importações e das remessas de lucros e dividendos por multinacionais observados nos últimos meses são indicações de retomada da atividade econômica. A avaliação foi feita pelo chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

Ao apresentar os números das contas externas, Fernando Rocha comentou que vários indicadores reforçam a percepção de que, com a retomada da atividade econômica, o Brasil começa a demandar cada vez mais serviços e mercadorias do exterior.

O aumento das viagens internacionais é um exemplo. Em outubro, brasileiros gastaram US$ 1,637 bilhão no exterior, cifra 15% maior que o desembolsado um ano antes.

Em novembro, a tendência de crescimento continua no mesmo ritmo e até o dia 21 o déficit da conta já somava US$ 772 milhões.

O valor é resultado de gastos de US$ 1,10 bilhão no período, muito superior à receita obtida pelo Brasil com estrangeiros no País que gastaram US$ 328 milhões no período.

Outro exemplo é a compra de importados. Rocha destacou o aumento de 20,4% no total de importações observado no mês passado na comparação com igual período de 2016.

"Esse crescimento das importações está vinculado à recuperação da atividade doméstica", disse. O mesmo fenômeno ocorre com o aumento de gastos para o pagamento de serviços internacionais, como transportes, seguros e telecomunicações.

Lucros

Rocha também comentou que, com a melhora da economia, empresas multinacionais também começaram a lucrar mais e, por isso, aumentaram a remessa de lucros e dividendos.

De janeiro a outubro, foram emitidos US$ 19,746 bilhões, valor 3,5% maior que o observado um ano antes. Em novembro até o dia 21, a remessa de lucros somou US$ 822 milhões.

Sobre o juro da dívida externa, o gasto também tem crescido. De janeiro a outubro de 2017, foram emitidos US$ 23,065 bilhões, valor 8,7% maior que o visto no ano passado.

Em novembro até o dia 21, o gasto com juros já soma US$ 525 milhões. Esse valor cresce, diz Rocha, a despeito da estabilidade da dívida externa porque o juro internacional tem subido.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancoseconomia-brasileira

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto