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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.
A produção industrial terá forte crescimento no último trimestre do ano, de 5% a 5,5% sobre o terceiro trimestre. A projeção é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgou nesta quarta-feira (26/11) seu Indicador do Nível de Atividade (INA) para outubro, anunciando melhora de 1,3% sobre setembro.
A estimativa para o quarto trimestre pressupõe estabilidade do INA em novembro e dezembro. Caso se confirmem todos os prognósticos, 2003 poderá encerrar bem perto do zero a zero e escapar do vermelho. É melhor do que se previa, mas não diz como será 2004, diz Clarice Messer, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da federação.
Para ela, o fator decisivo será o comportamento de consumo das famílias. Nessa área a grande trava é a renda, menor do que ano passado. Assim, só mesmo um maior volume de crédito com juros menores e prazos facilitados pode acelerar o consumo. As dúvidas brotam da dificuldade em imaginar em que medida o crédito mais farto vai compensar a renda cada vez mais rala, quanto do 13º salário será empregado para quitar dívidas, quanto vai sobrar para consumo e qual será a disposição dos trabalhadores de voltar a contrair dívidas.
Embora a expansão sobre setembro possa ser considerada tímida, explicou Clarice, é preciso considerar que setembro cresceu 6% sobre agosto. Num contexto de dificuldades, a combinação dos dois resultados representa um sinal eloqüente. Convivemos com várias surpresas, a maioria positivas, diz. Nos últimos meses o desempenho das exportações foi ainda mais forte que o esperado, a inflação consolidou trajetória declinante e a taxa básica de juros da economia, a Selic, foi reduzida em 1,5%, além das apostas da própria Fiesp. A única surpresa ruim foi o crescimento do PIB de apenas 0,4% no terceiro trimestre, quando era esperada expansão de 1% a 3%. Ainda assim, a indústria cresceu 2,7%, conforme o instituto.
O volume de vendas da indústria, pelo levantamento de conjuntura da Fiesp, cresceu 3,5% em relação a setembro. Comparando esse dado com o INA de 1,3% é possível deduzir um movimento de desova de estoques. Com isso, vai sobrar estímulo para novembro, afirma Clarice.
Setores
Alguns setores se destacaram: o ramo mecânico e o de material de transporte (que inclui a indústria automobilística) registraram INA de 5,4% e 1,7%, respectivamente. E, enquanto o primeiro expandiu em 33% suas exportações entre janeiro e outubro, as vendas externas do segundo cresceram 36,4% no mesmo período. O que se reflete nas vendas respectivas, de 6,8% e 4,3%.
A média do nível de utilização da capacidade instalada dos 11 setores industriais pesquisados está em 82,5%. O de papel e papelão é o que apresenta maior nível: 91,8%.