Economia da Argentina: retração de 3,8% em agosto em meio à inflação alta (AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 21h47.
A atividade econômica da Argentina caiu 3,8% em agosto, comparado ao mesmo mês de 2023, marcando a terceira queda interanual consecutiva, conforme divulgado por fontes oficiais nesta quarta-feira, 23.
Os dados, fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), são uma estimativa da variação trimestral do Produto Interno Bruto (PIB). Em agosto, houve um leve crescimento de 0,2% em relação a julho.
No oitavo mês do ano, os setores econômicos operaram em um cenário de inflação elevada (236,7% interanual), com o consumo em retração devido ao ajuste econômico promovido pelo presidente Javier Milei.
O setor agrícola, que tem grande relevância para a economia argentina, registrou um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior. Entretanto, esse crescimento foi inferior aos aumentos observados entre abril e julho, quando o setor cresceu até 97,6% interanualmente, reflexo de comparações com níveis muito baixos de 2023, causados por uma grave seca.
Além da agricultura, quatro dos 16 setores que compõem o indicador econômico tiveram alguma recuperação em agosto, mas essa melhora foi insuficiente para impedir a queda geral. Setores importantes, como construção (-18%), comércio (-7,9%) e indústria manufatureira (-6,7%), não conseguiram registrar crescimento.
Nos primeiros oito meses do ano, a atividade econômica acumulou uma queda de 3,1%.
De acordo com projeções do Banco Central, o PIB da Argentina deverá cair 3,8% em 2024, após uma retração de 1,6% em 2023.