Serviços: a entrada de novos trabalhos contraiu-se à taxa mais forte desde abril de 2009 (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2015 às 13h01.
São Paulo - O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços no Brasil caiu a 47,9 em março, de 52,3 em fevereiro.
Com isso, o índice composto, que leva em conta também o PMI industrial, recuou para 47,0, de 51,3, no mesmo período. Com a nova queda, o indicador de serviços atingiu o menor patamar em 70 meses.
Dos seis subsetores monitorados, os de Intermediação Financeira e de Aluguéis e Atividades de Negócios foram os principais pontos fracos.
Os prestadores de serviços indicaram que um ambiente econômico cada vez mais desafiador resultou em volumes mais baixos de novas encomendas em março.
A entrada de novos trabalhos contraiu-se à taxa mais forte desde abril de 2009. Apesar da ausência de novos negócios, a quantidade de trabalhos pendentes mantida pelas empresas brasileiras de serviços cresceu em março. Isso refletiu, em parte, os níveis reduzidos de empregos.
Após três meses de alta, o subíndice de emprego passou a cair em março, com os empresários tentando reduzir custos.
Os preços de insumos no setor de serviços cresceram ainda mais em março, pela segunda taxa mais forte em mais de seis anos.
Os entrevistados indicaram que os serviços de infraestrutura e os combustíveis ficaram mais caros, com algumas empresas culpando também a depreciação da moeda e a elevação das taxas de juros pelo aumento, no geral, das cargas de custo.
Apesar do cenário negativo, os empresários do setor de serviços ainda mostraram certo grau de otimismo com o futuro. Mesmo assim, o subíndice de expectativas de negócios atingiu a sua segunda leitura mais baixa na história das séries.
"A recuperação da economia no setor privado do Brasil observada em fevereiro foi de curta duração, com os dados do PMI de março apontando queda na produção, no volume de novos negócios e no nível de emprego nos setores industrial e de serviços", diz no relatório a economista da Markit Pollyanna de Lima.