Economia

"Até 2022, é temerário falar em privatizar a Petrobras", diz Rodrigo Maia

O presidente da Câmara criticou que a privatização da Petrobras, uma empresa de capital aberto, foi ventilada, antes de os acionistas serem informados

Petrobras: governo afirmou que privatização da estatal está em estudo (AFP/AFP)

Petrobras: governo afirmou que privatização da estatal está em estudo (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 20h43.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta (22) que é "temerário" falar na hipótese de privatizar a Petrobras até 2022, por se tratar de uma empresa de capital aberto.

"Eu estive a manhã inteira de ontem com o governo, e não me falaram nada de privatizar a Petrobras", disse o parlamentar, depois de participar de evento em São Paulo.

"Falar na hipótese de privatizar uma empresa de capital aberto não parece o caminho correto. Você mexe com o valor de uma ação sem informar antes os seus acionistas e a sociedade como um todo que você pretende fazer isso", afirmou. "No caso da Eletrobras isso foi feito, então eu tenho condições de falar", disse o presidente da Câmara, para quem o correto, neste momento, é focar na privatização da empresa de energia elétrica.

 

Para Maia, falar de qualquer outra empresa que tenha ação listada, que não seja a Eletrobras, "parece um risco desnecessário por parte de quem tem vocalizado esse tema".

Em relação à Eletrobras, o parlamentar ressaltou que, segundo o governo, a empresa perdeu a capacidade de investir, pois precisa fazer investimentos de R$ 16 bilhões e só tem investidos R$ 3 bilhões. "Sendo verdade, e eu acredito que seja, quem perde são os brasileiros", declarou Maia.

Na avaliação de Maia, o governo tem agora de mostrar aos parlamentares que a empresa não gera caixa, pois o Congresso precisa de argumento. "Agora falta convencer 257 deputados, quer dizer, 256, porque eu não voto", disse o parlamentar, em referência à maioria simples necessária para aprovar a questão.

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