Prédio do Banco Central em Brasília: reunião do Copom votou pela elevação da Selic de 7,25% ao ano para 7,50% ao ano (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2013 às 10h41.
Brasília - A maior parte dos diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que votou pela elevação da Selic de 7,25% ao ano para 7,50% ao ano, levou em consideração o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, segundo a ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 25.
A decisão, porém, não foi unânime, já que Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira da Silva, avaliaram que o melhor para o momento era manter a taxa básica de juros no patamar de então. Os dois diretores argumentaram que está em curso uma reavaliação do crescimento global e por isso votaram pela manutenção da taxa.
De acordo com o documento, esse nível elevado da inflação e a dispersão do aumento de preços contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária.
O Comitê ponderou, porém, que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com "cautela".
A ata explicou ainda que o julgamento de todos os membros do Copom é convergente no que se refere à necessidade de uma ação de política monetária destinada a neutralizar riscos que se apresentam no cenário prospectivo para a inflação, notadamente para o próximo ano.
Força desinflacionária
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, retirou a palavra "importante" do parágrafo 27, quando cita os ativos que apresentam força desinflacionária.
"Importa destacar a moderação recentemente observada na dinâmica dos preços de certos ativos reais e financeiros, que, na hipótese de permanecerem nos atuais níveis, constituirão força desinflacionária", trouxe o documento.
Na ata de março, a frase era: "Além disso, importa destacar moderação recentemente observada na dinâmica dos preços de certos ativos reais e financeiros, que, na hipótese de permanecerem nos atuais níveis, constituirão importante força desinflacionária". Embora não diga na ata, o Banco Central tem citado como exemplo desses ativos em outros meios de comunicação o câmbio e o preço de imóveis.
Naquele mesmo parágrafo, o Copom ressaltou que o cenário central do BC contempla um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano. "Nesse contexto, o Comitê destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho, apesar dos sinais de moderação nesse mercado".
O grupo também ponderou que, em tais circunstâncias, um risco significativo é a possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação.