Economia

Ata do Copom aponta para ajuste fiscal no início de 2015

Ao citar que "não descarta migração para a zona de contenção fiscal" o documento, segundo economista da consultoria, Copom aponta para o ajuste fiscal


	BC: a economista considerou "coerente" o Copom reconhecer na ata que a inflação persistirá no curto prazo
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: a economista considerou "coerente" o Copom reconhecer na ata que a inflação persistirá no curto prazo (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 11h58.

Ribeirão Preto - A economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada Alessandra Ribeiro avaliou nesta quinta-feira, 11, que a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic a 11,75% ao ano, já considera a possibilidade de ajuste fiscal no começo de 2015.

Ao citar que "não descarta migração para a zona de contenção fiscal" o documento, segundo ela, aponta para o ajuste fiscal, com medidas anunciadas pelo ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, logo ao assumir o cargo.

"Também no âmbito fiscal, a ata cita restrições ao crédito e ainda a elevada probabilidade de moderação nas ações de subsídios".

Com isso, segundo Alessandra, o "call" da Tendências é de uma nova alta, de 0,25 ponto porcentual, na Selic em janeiro (ante 0,50 ponto porcentual na reunião deste mês), para 12% ao ano, com a permanência da taxa básica de juros nesse patamar ao longo de 2015.

A economista considerou "coerente" o Copom reconhecer na ata que a inflação persistirá no curto prazo, resultado, de acordo com ela, do aumento de impostos e dos preços administrados no próximo ano.

No entanto, Alessandra discordou do cenário apontado pelo Copom de que haverá uma convergência da inflação para o centro da meta em 2016.

"O cenário de convergência para meta em 2016 é pouquíssimo provável, pois ainda teremos forte pressão de administrados naquele ano, principalmente de energia elétrica", explicou.

Ainda sobre o ajuste fiscal, Alessandra entende que a equipe econômica "anunciará medidas duras, com aumento de impostos e corte de gastos", as quais darão "conforto ao mercado" e contribuirão para segurar a Selic em 12% no próximo ano.

"O ajuste fiscal será relevante, pois temos de sair de 0,6% (do PIB) de déficit primário (em 2014) para superávit de 1,2% (em 2015), uma reversão forte, de 1,8 (ponto porcentual). Mas é um ajuste crível", concluiu.

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