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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Brasília - A crise fiscal dos países europeus, que se agravou nas últimas semanas, foi incluída na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na análise sobre os rumos da política de juros. O documento, divulgado hoje pelo Banco Central (BC), no entanto, não cita nomes de países. Em sua última reunião, o Comitê elevou a Selic (a taxa básica de juros da economia) de 8,75% para 9,50% ao ano.
De acordo com a ata, depois de breve contração, a demanda doméstica se recuperou. O Copom atribuiu essa recuperação em grande parte aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a retomada do crédito. O Copom alerta que "importantes" estímulos fiscais e creditícios foram aplicados na economia nos últimos trimestres e deverão contribuir para a consolidação da expansão da atividade e, consequentemente, para a redução de qualquer margem residual de ociosidade dos fatores produtivos.
O Copom destaca na ata a necessidade de assegurar "a convergência tempestiva" da inflação para a trajetória de metas. "Os efeitos desses estímulos, bem como os da reversão de parcela substancial das iniciativas tomadas durante a recente crise financeira internacional e os de um eventual agravamento da crise fiscal porque passam diversos países europeus, são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vista a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", diz um dos trechos mais importantes da ata divulgada hoje. Este trecho não aparecia no documento relativo à reunião anterior do Copom, em março.
Consenso
A ata da última reunião do Copom fez questão de destacar que houve consenso entre os membros do comitê sobre a necessidade de se adequar o ritmo do ajuste da taxa básica de juros à evolução do cenário inflacionário prospectivo e o balanço de riscos. O objetivo, segundo o BC, é "limitar os impactos causados pelo comportamento da inflação corrente sobre a dinâmica subjacente dos preços".
De acordo com a ata, o Copom orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação, a análise de diversos cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica prospectiva dos preços e o balanço dos riscos associado a suas projeções.