Economia

Às vésperas de assumir Petrobras, Magda se reúne na empresa para avaliar cenário

Executiva pretende acelerar o Plano Estratégico 2024-2028 e atender às expectativas do governo federal

Magda Chambriand, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo  (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Magda Chambriand, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 23 de maio de 2024 às 15h52.

Última atualização em 23 de maio de 2024 às 16h12.

Tudo sobrePetrobras
Saiba mais

Às vésperas de ser empossada na presidência da maior empresa do Brasil, Magda Chambriard tem ido regularmente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde conversa com a presidente interina, Clarice Coppetti, e outros empregados. A meta, que Magda já deixou clara para os que a encontraram, é acelerar o Plano Estratégico 2024-2028 e entregar o que Brasília está esperando.

Os conflitos vividos desde os primeiros dias pelo presidente anterior, Jean Paul Prates, que brigou para conseguir nomear pessoalmente os diretores, não serão repetidos, na avaliação de fontes próximas ao assunto. A função de nomear conselheiros e diretores é do conselho de administração da empresa, onde o governo é maioria, e Magda deverá respeitar a hierarquia.

Após a posse de Prates, em janeiro de 2023, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, evocou o direito de nomear também os diretores, além dos indicados ao conselho, o que causou a primeira grande briga pública entre os dois, em março, seguida de inúmeras outras que culminaram com a demissão de Prates neste mês.

"Magda é muito centrada no rito, tem feito reuniões, mas não usa a sala da presidência", informou uma fonte. "Deve sugerir novos nomes para a diretoria, mas quem vai dar a palavra final é o conselho", explicou uma das fontes.

Mudanças na diretoria são inevitáveis, apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), mas os nomes terão de passar pelo crivo dos conselheiros. Pelas mãos da nova presidente, apenas gerentes executivos podem ser trocados sem a aprovação do órgão máximo da companhia.

Um dos nomes que devem ficar é do diretor de Sustentabilidade e Transição Energética, Maurício Tolmasquim. A dúvida é quem será o substituto de Sergio Caetano Leite, ex-diretor financeiro e de relações com os investidores que tinha um bom acesso com o mercado.

"Teremos uma semana de boas notícias. Ela vai trabalhar para dentro, ao contrário do Jean Paul, que trabalhava para fora", disse uma fonte referindo-se à série de viagens dentro e fora do país do ex-presidente da estatal e a grande exposição nas redes sociais

Refino

Segundo o Broadcast apurou, a decisão tomada na quarta-feira, 22 pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de recuar da decisão de obrigar a Petrobras a vender refinarias, vai facilitar as negociações de Magda para a volta da estatal à refinaria baiana, uma das maiores cobranças dos petroleiros e do Planalto.

Outra marca que a executiva deverá deixar logo no início da gestão, na avaliação da fonte, será a aceleração da implantação do Plano Estratégico 2024-2028, que teve pouca realização no primeiro trimestre. O plano inteiro prevê investimentos de US$ 102 bilhões, mas nos primeiros três meses de 2024 foram aplicados US$ 3 bilhões.

A previsão é de que Magda seja aprovada como a nova presidente da Petrobras na reunião do conselho de administração na sexta-feira, 24.

Na quarta, o Comitê de Pessoas, que funciona como Comitê de Elegibilidade (Celeg), concluiu a análise da indicação de Magda para os cargos de conselheira de administração e de presidente da Petrobras, e considerou a executiva apta para ambos os cargos.

Acompanhe tudo sobre:Petrobras

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo